76% acham que a recuperação no Brasil só virá depois de 2023, diz Ipsos

Otimista por natureza, o brasileiro está menos confiante no futuro. E isso se traduz na expectativa de retomada da economia. Para 76% dos brasileiros, o país irá superar economicamente os efeitos da pandemia em dois anos ou mais, de acordo com uma pesquisa exclusiva da Ipsos, empresa de pesquisas de mercado.

Para 37%, a retomada no Brasil virá no período entre dois e três anos, enquanto que 39%¨da população está ainda mais pessimista e acredita que a recuperação virá em três anos. Já 28% apontam o prazo de 1 ano a partir de agora. E apenas 3% acreditam que o fim da crise já chegou.

Os dados fazem parte de uma pesquisa global da Ipsos em que foram ouvidas 21.503 de 29 países entre 25 de junho e 9 de julho. No levantamento, a maioria das pessoas ouvidas acredita que o fim do impacto da pandemia deverá vir entre dois e três anos – e a perspectiva no Brasil não é diferente. O que destoa, segundo a empresa de pesquisa de mercado, é justamente o baixo otimismo dos brasileiros.

“Como aspecto cultural, a população brasileira costuma estar sempre entre as mais otimistas em relação ao futuro nesse tipo de comparação global”, diz Marcos Calliari, presidente da Ipsos Brasil. “O fato de estar na média global mostra que a percepção do brasileiro é de que a crise está longe do fim”.

Para Calliari, a explicação para um brasileiro menos otimista está na desconexão entre a melhora de alguns indicadores macroeconômicos e a piora de outros que atingem diretamente o bolso da população.

Se de um lado a vacinação contra a covid-19 avança no país e a expectativa é que a economia brasileira cresça cerca de 5% neste ano, por outro lado, dois indicadores em especial minam a confiança da população: inflação acelerada e o desemprego em alta.

 (Arte/Exame)

O boletim Focus, que traz a média das expectativas de analistas e economistas apurada pelo Banco Central, tem capturado semana após semana a aceleração nas estimativas de inflação para o ano. Na última edição, divulgada na segunda-feira, 16, a projeção média do IPCA era de 7,05% para o ano de 2021. Quatro semanas antes a estimativa era de 6,31%.

A expectativa é de que venham novas revisões em breve. André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, aumentou na quinta-feira, 19, sua expectativa para o IPCA em 2021: de 6,9% para 7,5%. “A alta continuada de energia (elétrica, gasolina e gás) pode gerar elevação de custos de maneira difusa além da alta em si. Vemos maior persistência inflacionária no horizonte relevante.”

a taxa de desemprego está em 14,6%, o que representa um contingente de quase 15 milhões de pessoas em busca de emprego. Esse patamar tem se mantido estável desde junho do ano passado. De acordo com o IBGE, que apura as estatísticas oficiais de desemprego, o nível de ocupação é de 48,9%. Ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no mercado de trabalho.

A persistência desses indicadores econômicos tem minado a confiança dos consumidores. No índice de confiança global da Ipsos, o Brasil é um dos países que menos recuperam o patamar anterior à pandemia. Em julho, o índice de confiança dos brasileiros é 42,7, o que representa 7,6 pontos a menos que em janeiro de 2020 (ainda que tenha avançado 2,4% em relação a junho).



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