Durante o dia, moeda norte-americana chegou a bater R$ 4,50 pela primeira vez, mas perdeu força após intervenções do Banco Central
O dólar renovou mais uma vez sua máxima histórica nesta quinta-feira (27), em meio a temores sobre a expansão do coronavírus fora da China. A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,7%, cotada a 4,475 reais na venda.
Durante a manhã, a cotação chegou a bater os 4,50 reais pela primeira vez, mas passou a perder força ao longo da tarde, conforme bolsas de valores no Brasil e no mundo emitiam sinais de alguma melhora depois das fugas de investidores vistas nos últimos dias.
Notícias do avanço rápido da epidemia de coronavírus para além da China – incluindo o primeiro caso no Brasil, confirmado ontem – espalharam pânico e cautela nos mercados internacionais nesta semana. O temor é que a propagação da doença pelo mundo possa afetar a economia global.
Por outro lado, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, tentou minimizar o impacto econômico da epidemia em uma entrevista publicada nesta quinta-feira, dizendo que ainda não estava causando danos econômicos duradouros.
Mais cedo, em nova tentativa de amenizar a volatilidade do câmbio, o Banco Central vendeu 1 bilhão de dólares em contratos de swap cambial tradicional. Na véspera, o BC já havia colocado 500 milhões de dólares nesses ativos, em oferta líquida.
A alta do dólar frente ao real é reflexo da busca por ativos de segurança, segundo Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset. “É um movimento de fortificação do dólar com uma pitada de aversão a risco . O investidor vende suas ações aqui e manda o dinheiro de volta para os Estados Unidos para comprar título de renda fixa lá”, disse.
“O Banco Central tem muita reserva e pode fazer atuações no câmbio. Mas o que ajudaria na queda do dólar seria a entrada de investimento estrangeiro que não virá diante do temor com o coronavírus”, disse Bruno Madruga, responsável pelo segmento de renda variável da Monte Bravo.
*Com Reuters