“Canivete suíço” de quem pega busão, app Quicko leva aporte de R$ 100 mi

A startup brasileira de mobilidade Quicko anuncia nesta quarta-feira, 12, um aporte de 100 milhões de reais numa rodada Series B.

O novo investimento foi aprovado pelo Grupo CCR e J2L Partners, que já haviam aportado 37 milhões de reais em 2018. Na ocasião, a proporção foi a mesma do anúncio de agora: 80% da CCR e 20% da J2L. 

A Quicko quer resolver um drama na vida de milhões de brasileiros que dependem diariamente de um busão ou de metrô.

A startup desenvolve um app que, a la Google Maps, dá sugestões dos melhores modais para ir de um lugar a outro. Por ali há sugestões de ônibus, metrô, trens, táxis, carros de aplicativos e até bicicletas compartilhadas. 

Em grande centros, como São Paulo, o app também permite a recarga do vale transporte (chamado de Bilhete Único entre usuários do transporte público na capital paulista) além de mostrar a localização dos ônibus em tempo real, evitando que as pessoas precisem pegar filas ou fiquem expostas a riscos desnecessários de contaminação pelo coronavírus esperando num ponto de ônibus.

Nos dias chuvosos, o app também diz onde há serviços de aluguel de guarda-chuva. E, numa espécie de canivete suíço virtual, o app também diz onde é possível recarregar a bateria do celular nas redondezas.

“O Quicko App é a primeira e única plataforma brasileira de Mobility as a Service (MaaS), ou Mobilidade como Serviço”, diz o fundador da Quicko, Pedro Somma. “Nossa ideia é reunir tudo o que o cliente precisa para suas jornadas diárias, desde a sugestão de rotas de transporte até a compra de passagens, desbloqueio e uso dos serviços de mobilidade.”

Lançado em novembro de 2018, em São Paulo, o Quicko App chegou no ano passado ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. No primeiro trimestre de 2021, o aplicativo também começou a operar em mais quatro cidades: Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza e Campinas.  

O Quicko tem dado boas notícias aos investimentos mesmo com o isolamento social provocado pela pandemia ter obrigado todo mundo a ficar em casa. Enquanto o número de usuários do transporte público chegou a cair para 20% do registrado na pré-pandemia, o Quicko App teve mais de 3,2 milhões de downloads e cresceu mais de 11 vezes em número de usuários em 2020. 

“Muita gente ainda precisa se deslocar para atividades consideradas essenciais e não tem como adotar o trabalho remoto”, diz Somma. “Para elas, o app é uma ferramenta fundamental para trajetos mais seguros.”

O aporte de 100 milhões de reais vai ajudar o app a chegar a mais cidades – a meta é cobrir 18 regiões metropolitanas até o fim do ano, diz Somma. Além disso, a Quicko está em busca de talentos desenvolvedores para ampliar ainda mais as funções do app.

Entre as apostas está uma central de notificações de perrengues urbanos. A ideia é trazer alertas sobre a operação do transporte público, como paralisações do serviço capazes de afetar os deslocamentos. Por ali, usuários vão poder compartilhar entre si informações sobre a lotação, atrasos ou má conservação dos ônibus, entre outras – a exemplo do que faz o aplicativo Waze em dias de trânsito caótico.

Num segundo momento, a intenção da Quicko é facilitar também o pagamento da passagem de ônibus ou metrô – o chamado serviço de bilhetagem. 

O serviço depende de regras estipuladas pelas prefeituras – craques em criar burocracias desnecessárias para os usuários desse tipo de serviço, como a obrigatoriedade de ir a um ponto físico para impressão de um cartão ou bilhete físico para o pagamento da passagem de ônibus. A visão da Quicko é de que tudo pode ser bem mais simples. 

“Falta UX (user experience, ou experiência do usuário) no pagamento da passagem”, diz Somma, para quem os aparelhos celulares servirão, muito em breve, como forma de pagamento da passagem de ônibus ou metrô. Estudos para isso já estão sendo feitos por ali. 

A demanda atendida pela Quicko tem tudo para virar um filão. O mercado de mobility as a service atualmente movimenta 400 milhões de dólares no mundo, segundo estudo da consultoria inglesa Juniper Research. Em seis anos, deverá chegar a 54 bilhões de dólares. 

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