A estratégia que levou SC a ser líder em ranking de combate à covid-19

Santa Catarina autorizou na segunda-feira, 8, o retorno do transporte público nas cidades do estado, cujas regras de implementação ficam a critério dos municípios. No plano de retomada da economia na pandemia do coronavírus, quase todas as atividades estão liberadas — exceto as aulas, com as escolas voltando a funcionar no dia 3 de agosto, e eventos culturais e esportivos, que seguem suspensos.

Um dos primeiros estados a fechar sua economia na pandemia, Santa Catarina ensaia voltar à normalidade. Com 11.742 casos confirmados e 177 mortes por coronavírus, segundo a Secretaria de Saúde, no último boletim divulgado na segunda-feira, 8, o estado tem sido considerado exemplo na condução da crise sanitária.

Santa Catarina aparece em primeiro lugar em ranking que avalia as ações dos estados no combate à covid-19. O estudo é publicado a cada sete dias pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e leva em conta nove indicadores. É o segundo levantamento consecutivo que o estado aparece em primeiro lugar.

A taxa de mortalidade é de 2,4 por 100.000 habitantes, uma das mais baixas do país. A capital, Florianópolis, ficou 30 dias sem registrar nenhuma morte causada pela covid-19, até o último fim de semana quando incluiu mais uma vítima ao balanço da pandemia.

Quarentena e suspensão do transporte coletivo

Para o secretário da Fazenda de Santa Catarina, Paulo Eli, a principal estratégia adotada pelo estado — e que fez a diferença para registrar esses números — foi decretar a quarentena logo no início da pandemia, no dia 17 de março, dois dias depois de registrar o primeiro caso.

“Nosso primeiro estudo previa o fechamento a partir do primeiro caso de transmissão comunitária. Durante 15 dias fechamos tudo, até banco. O presidente do Banco Central chegou a ligar para o governador [Carlos Moisés, do PSL] para saber por que os bancos estavam fechados no estado”, disse o secretário em entrevista à EXAME.

Outro ponto fundamental, na avaliação de Eli, foi a paralisação do sistema de transporte público. Todas as viagens municipais, intermunicipais e interestaduais ficaram suspensas. Ontem, o governo do estado autorizou a volta da frota municipal, sob regulamentação das prefeituras.

Além disso, adotou uma política de reduzir o número de mortes. Para isso, criou 500 leitos de UTI para atender exclusivamente os casos mais graves na covid-19. Atualmente, a taxa de ocupação está em 20%, com uma ociosidade de 400 leitos. E meta é criar ainda mais 500 vagas dedicadas ao atendimento dos doentes na pandemia.

Ranking

No ranking elaborado pelo CLP, quanto menor o número, melhor é a avaliação. E cada um dos nove critérios tem um peso, sendo o maior no quesito de proporção de casos em relação à população.

Também são avaliados indicadores para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), fornecidos pela Fiocruz, Índice de Transparência da Covid-19, da Open Knowledge Brasil, e de dados de isolamento social, do Google, como explica José Nascimento, head de competitividade da entidade.

“De todas as medidas adotadas, o que nos chama a atenção em Santa Catarina é a suspensão do transporte público. A capacidade de atendimento de saúde pública também tem uma situação melhor”, avalia Nascimento

Reabertura da economia

Duas semanas depois de decretar o fechamento do estado, ainda em abril, o governo do estado começou uma retomada gradual da economia, com formato que o secretário Paulo Eli chama de “U”, e que o pior momento, segundo ele, tenha sido em maio.

“Abrimos lotéricas, agências bancárias, construção civil. Fomos abrindo uma atividade de cada vez. Depois os autônomos, comércio de rua, shoppings e o transporte coletivo”, disse o secretário.

As últimas atividades que vão abrir são as ligadas à cultura, eventos, atividades esportivas e as escolas. A previsão é que as aulas voltem no dia 3 de agosto.

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