“Acabei com a diretorlândia”, diz presidente da Qualicorp

Em seu primeiro dia como presidente da Qualicorp, em novembro de 2019, Bruno Blatt abriu as portas de sua sala – e não as fechou mais. Seu escritório – e de presidentes anteriores – ficava no 15° andar de um prédio em São Paulo e, para ter acesso, os funcionários precisavam agendar horário com duas secretárias e passar por portas ladeadas por seguranças. Blatt removeu as barreiras e transformou a cobertura onde ficavam as salas de diretores em um espaço para inovação, acessível a todos.

“Minha sala passou a ser meu computador e meu celular. Acabei com a diretorlândia”, diz o presidente da administradora de planos de saúde coletivos e líder desse mercado. “Ter aquela sala gigante não fazia mais sentido no mundo de hoje, era um modelo de poder e de vaidade.”

A informalidade e flexibilidade do jeito do executivo foram estendidas ao resto da equipe, de 1.900 funcionários. O executivo autorizou a compra de mais de mil notebooks para toda a equipe e nos últimos três anos foram investidos 145 milhões de reais para transformar o sistema de vendas físico usado pelos 35.000 corretores de seguros em um sistema digital, na nuvem. Com o ganho de eficiência, devolveu sete andares de um prédio de 15. 

Tudo isso antes mesmo da chegada da pandemia do novo coronavírus no Brasil, que obrigou as empresas a deixarem os funcionários em esquema de trabalho remoto. Quando a crise chegou, a Qualicorp estava preparada.

A Qualicorp foi fundada em 1997, tem 2.000 funcionários diretos e 2,5 milhões de beneficiários. Reúne 522 entidades de classe, 32.000 empresas como clientes e 64 operadoras parceiras. 

As mudanças tiveram resultado. No primeiro trimestre do ano, a Qualicorp teve queda no lucro de 27%, para 70,7 milhões de reais, pressionada por despesas extraordinárias, como um pagamento de 42 milhões de reais em rescisão de um executivo. A receita líquida subiu 7,7%, para 502,5 milhões de reais no primeiro trimestre.

Parte dessas iniciativas vieram da personalidade do próprio executivo, outras vieram de uma pesquisa de clima realizada com os funcionários e com os 35.000 corretores. “Foi a pior pesquisa de clima que já vi, as lideranças estavam desmotivadas e funcionários reclamavam de falta de transparência”, diz Blatt. 

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