Aço ficará mais caro em 2020; siderúrgicas sobem na Bolsa

Após implementar, com sucesso, reajustes médios de 10% no início do ano, empresas veem espaço para novos aumentos

Após implementar, com sucesso, um aumento médio de preços do aço em torno de 10% no início do ano, as siderúrgicas veem espaço para novos reajustes ao longo de 2020. O próximo deve acontecer em março.

A expectativa positiva impulsionou as ações das siderúrgicas listadas na Bolsa (B3) nesta quarta-feira, 22. Por volta das 12h30, os papéis preferenciais da Usiminas subiam 9,5% e, da CSN, 3,5%.

No setor de aço, o anúncio de um aumento de preços não significa, necessariamente, que os clientes vão comprar o produto mais caro. Em períodos de crise, as negociações acabam saindo com descontos. No ano passado, as siderúrgicas fizeram algumas tentativas frustradas de reajustes diante da morosidade da produção industrial e da construção civil, principais demandantes do setor de aço.

Para 2020, entretanto, a expectativa é mais otimista, principalmente diante dos números positivos do mercado imobiliário e de uma possível retomada da produção industrial.

“As usinas estão falando em novos aumentos de preços. Com a queda da taxa básica de juros [Selic], há um incentivo para investimentos em ativos fixos, o que estimula o consumo de aço”, afirma Carlos Loureiro, presidente do Instituto Nacional da Distribuição de Aço (Inda).

O setor da distribuição de aços planos é um termômetro importante, uma vez que atende pequenos  e médios clientes. Os grandes – apenas empresas como montadoras e gigantes de eletrodomésticos – compram diretamente das siderúrgicas. Para este ano, o Inda projeta um aumento das vendas de 5% para os distribuidores. “Apesar do crescimento modesto, estamos otimistas”, diz Loureiro.

O dirigente lembra que o dólar valorizado e o aumento de preços no mercado internacional favorecem as usinas do Brasil. Em novembro e dezembro, as importações de aço recuaram 50% em relação à média do ano.

Tipos de aços

A Gerdau foi a primeira siderúrgica a aplicar um aumento de preços no início do ano. O movimento, segundo Loureiro, foi seguido pelas outras siderúrgicas.

Com a expectativa de recuperação da produção industrial, CSN e Usiminas são as principais beneficiadas, pois são fortes no segmento de aços planos, voltados principalmente para automotivo, bens de capital (máquinas e equipamentos) e eletrodomésticos.

No segmento de aços longos, usados na construção civil, a Gerdau e a Arcelor são favorecidas pelo avanço do mercado imobiliário. Nos últimos 12 meses encerrados em novembro, as vendas de imóveis no segmento residencial da capital paulista – maior do país – tiveram aumento de 48%, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi-SP).

O movimento positivo dos papéis da Gerdau na B3 reflete esse crescimento: as ações valorizaram mais de 70% em um ano.

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