Afya busca aquisições em tecnologia para ser loja de tudo da medicina

A empresa de educação superior com foco em medicina Afya busca oportunidades de aquisição e parceria tanto em faculdades quanto em empresas que ofereçam serviços de tecnologia voltados para a área médica. A crise causada pelo novo coronavírus gera oportunidades, uma vez que muitas empresas de menor porte se encontram em dificuldades financeiras.

As ações da companhia estão estáveis desde sua abertura de capital na Nasdaq, em julho de 2019. Depois de bater uma mínima em 20 de março, já subiram 55%.

“Escolas, plataformas tecnológicas, serviços agregados para o médico, health techs com conteúdo digital. Tudo isso são oportunidades”, afirmou o presidente da empresa Virgilio Gibbon, em entrevista à EXAME. “Fizemos nosso dever de casa, temos um balanço forte, endividamento baixo e a consolidação do mercado faz parte da nossa estratégia”.

As aquisições vão reforçar o modelo de negócio da companhia, que visa ser uma espécie de “loja de tudo” em educação médica e serviços para o setor de saúde. “É esse conceito de one stop shop de medicina. Se um profissional da área médica, instituição, hospital ou empresa de diagnóstico precisa, a gente pode ser o parceiro ideal”, disse Gibbon.

Dentre as faculdades para aquisição, o interesse da companhia está em unidades instaladas em estados com poucos médicos. Atualmente, as unidades da Afya ficam em Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Pará, Rodônia, Paraná, Piauí, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. A companhia também busca instituições com foco claro na área de saúde. Unidades com grande presença de outros cursos a princípio estão fora do radar.

Na frente do crescimento orgânico, a Afya venceu recentemente parte de um edital do programa Mais Médicos, com possibilidade de abrir unidades em sete cidades com carência de médicos.

Educação continuada

Além de cursos de graduação, a Afya tem uma área de educação continuada, que oferece cursos de especialização e preparatórios para residência médica, através da plataforma Medcel. Dentre os recursos oferecidos está uma websérie com atores e médicos focada nos diagnósticos que mais caem nas provas de residência. A série está em sua segunda edição.

O segmento de educação continuada hoje responde por 20% da receita da empresa, mas tem crescido rápido. “Esse é um mercado com demanda crescente. O médico é um estudante intensivo, nunca para de se atualizar. Seguimos a trajetória do profissional no preparatório para a residência, nas especializações e certificações. A tendência orgânica é que essa parte de educação continuada ganhe mais espaço em nossa operação”, afirma Gibbon.

A companhia também oferece soluções tecnológicas para ajudar o trabalho dos profissionais da saúde e mantém contato com empresas com esse perfil no Brasil e no exterior. “Podemos plugar diversas funcionalidades em nossa plataforma, como aplicativos de suporte a tomadas de decisão”, afirma Gibbon.

A plataforma online foi aberta de forma gratuita pela companhia para outras instituições de ensino no contexto da pandemia do novo coronavírus. Atualmente cerca de 40 unidades estão usando o serviço, e podem se tornar clientes no futuro. Cerca de dez faculdades já pagam para usar a plataforma da Afya.

Histórico

O momento da Afya contrasta com o de outras empresas de educação de capital aberto. A companhia afirma que a pandemia do novo coronavírus não afetou até agora as matrículas em suas unidades, um indício da resiliência dos cursos de medicina em um contexto de crise. Enquanto isso, estimativas do setor indicam queda de 70% nas matrículas do meio do ano e de 17% no ano. Os dilemas das universidades privadas foram tratados em reportagem na edição mais recente da EXAME.



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