Além de Ambev e JBS, caminhão elétrico da Volkswagen tem 58 interessados

Segundo uma tendência global por eletrificação de veículos e redução da pegada de carbono, a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) anunciou que fechou acordos com a Coca-Cola e a JBS para venda do novo modelo e-Delivery, 100% elétrico e desenvolvido no Brasil. As gigantes se somam à Ambev, que já confirmou a compra de cem unidades do veículo e assinou intenção de compra de outras 1.600. O e-Delivery é a principal aposta da companhia para 2021 e faz parte do investimento de R$ 2 bilhões no Brasil, anunciado no ano passado, e que deve ser aplicado de 2021 a 2025.

As “encomendas” mais recentes foram feitas em menor escala, se comparadas à Ambev. A Coca-Cola adquiriu 20 unidades do novo modelo e a JBS confirmou a compra de um caminhão de novo modelo.

Para esta última, o uso de veículos elétricos ou movidos a combustíveis de fontes renováveis faz parte do compromisso de ser Net Zero até 2040. “A Seara, por exemplo, já conta com veículos elétricos em operação no Brasil e pretende ter cada vez mais”, diz Wesley Batista Filho, CEO da JBS na América do Sul e da Seara, em nota.

Além das grandes empresas, a VWCO afirma que outras 58 empresas já estão interessadas em adquirir unidades do e-Delivery. Sem apontar nomes por questões contratuais, a empresa afirma que, entre elas, estão “uma grande produtora de ovos” e “grandes transportadoras”. Até o final do ano, a montadora vai produzir cerca de 400 unidades do e-Delivery em território nacional em Resende (RJ), mesmo local onde outros modelos são produzidos.

Ao todo, o investimento para o novo caminhão foi de R$ 150 milhões, dedicado tanto ao desenvolvimento do veículo quanto à adaptação da fábrica para produzi-lo. A diferença do e-Delivery em relação a outros modelos é a finalização numa parte da fábrica construída especificamente para os elétricos, chamada e-Shop, em que são inseridas as baterias usadas como combustível. O caminhão é fabricado em versões de 11 a 14 toneladas, sendo considerado um “peso pesado” versão elétrica.

“Estamos otimistas em relação às vendas nos próximos anos. Enfrentamos momentos de crise em 2016 e, recentemente, com a pandemia, mas já observamos uma recuperação importante. No primeiro semestre deste ano, crescemos 55% em relação ao ano passado em vendas”, afirma Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, à EXAME.

Não só a montadora obteve bons resultados de vendas. Segundo dados da Anfavea, entre janeiro e abril deste ano, foram licenciados 35.862 caminhões, alta de 48% em relação ao mesmo período de 2020 — e de 19,5% em relação ao período de janeiro a abril de 2019. 

No caso da VWCO, o otimismo está relacionado principalmente às mudanças no consumo dos grandes centros urbanos — com grande número de consumidores optando pelo delivery — e, também, ao crescimento contínuo do agronegócio no Brasil. Fatores somados, é claro, à preocupação cada vez maior de empresas por sustentabilidade. 

Com um caminhão elétrico voltado principalmente para centros urbanos, a atenção a esses pontos faz todo o sentido. O e-Delivery deve atender, inicialmente, à demanda em locais com infraestrutura para carregadores elétricos, principalmente porque tem autonomia de 250 quilômetros. 

Para tornar isso possível, a Volkswagen contou com parceiros locais, como a WEG, para o desenvolvimento do motor, e a fabricante chinesa de baterias Contemporary Amperex Technology (CATL), que trabalha em parceria com a Moura. 



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