Além do ‘hi, how are you’: mais barato, ensino bilíngue cresce no Brasil

Em um país no qual falar inglês pode aumentar em até 72% o valor do salário, segundo a Catho, dominar o segundo idioma é uma etapa importante para a carreira profissional. Essa necessidade, somada ao fato de que o setor de educação pode gerar até R$7 bilhões em receita nos próximos anos e à carência de educação bilíngue — hoje, 3% das escolas privadas oferecem essa modalidade, ante 10% na Argentina e Chile — trouxe um ambiente propício para o desenvolvimento dos sistemas de educação bilíngues. A conclusão e os dados são da JK Capital, consultoria de finanças especializada em fusões e aquisições.

De acordo com a empresa, esse modelo de venda aos colégios (B2B2C) dá certo principalmente pelo baixo custo na ponta, ou seja, para os alunos. Tomando como comparação, o ensino bilíngue — que tem um currículo de uma escola tradicional, com parte das disciplinas ministradas em inglês — é até 50% mais barato do que uma escola internacional, cujas mensalidades, por vezes, ultrapassam os R$ 10 mil. 

Made with Flourish

Atualmente, no país, segundo a JK, as redes mais relevantes em número de unidades, dentro do ensino de inglês nos colégios, são: International School (presente em 340 escolas) e  Kids Club (108). Entre as escolas com unidades próprias, aparece a Maple Bear, com 159 unidades, e a  Simple (83).

De acordo com Fernando Rodrigues, diretor de operações da Simple Education, o custo médio por aluno, para as escolas, é de R$ 80.

“No último ano, crescemos em faturamento 53,53% em valores absolutos, quando comparado ao ano anterior (2019). Foi um ano excelente para a nossa empresa, isso porque tivemos alguns percalços com inadimplência. Caso contrário, poderia ter sido muito melhor. Em 2021, a nossa projeção é de 25% de crescimento em relação ao ano de 2020”, afirma. 

Para Sylvia de Moraes Barros, diretora geral da Kids Club, fundada em 1994, a procura pelo inglês dentro dos colégios é uma tendência que ganhou mais força de dez anos para cá. “Existe toda a comodidade de aprender inglês dentro do colégio e os pais buscam cada vez mais por esse serviço. Em 2010, dizer que uma criança de três anos poderia começar a aprender inglês pareceria absurdo, mas hoje isso é encarado com muita naturalidade”, afirma. 

Até mesmo quem (ainda) não está na lista projeta um futuro promissor. Um desses sistemas de ensino de idiomas é o Be-Bilingual Education, que está há quatro anos no mercado, presente em mais de 35 escolas pelo país e atende mais de 12 mil alunos. A operação da companhia dobra de tamanho a cada ano — e em 2021, deve crescer mais de 100% novamente. 

Todo o crescimento aconteceu de forma orgânica, mas a empresa já tem conversas para obter mais alunos por meio de fusões e aquisições. A companhia está “em conversas” com um fundo de investimento para realizar a captação (a empresa não diz o valor) e, em paralelo, está de olho em adquirir uma rede menor, focada na compra de carteira de clientes.

“Há uma procura muito grande das escolas pelos projetos bilíngues. Enquanto uma escola internacional tem mensalidades que começam em cerca de R$6 mil, na escola bilíngue esse valor pode cair pela metade. Estamos atentos à procura pelo serviço, que não para de crescer”, diz João Lacerda, CEO da Be-Bilingual Education.



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