Alpargatas inicia novo ciclo de expansão e paga dividendo recorde

A Alpargatas, para quem tinha dúvida do momento da companhia, colocou tudo em bases oficiais. Deu a largada em um novo ciclo de crescimento. A companhia vai investir R$ 600 milhões em 2022, em aumento de capacidade e em um novo centro de distribuição, para suportar a expansão e melhorar a experiência de entrega da empresa. Com esse total, haverá expansão em três unidades fabris e, além disso, a instalação que antes fabricava Mizuno será convertida, agora que a licença foi vendida.

Roberto Funari, presidente da companhia, não gosta de falar em números sobre capacidade produtiva. “É um tipo de guidance, né!?”. Mas enfatiza: “Estamos dobrando a aposta. O investimento acumulado em 2022 e 2021 vai alcançar R$ 900 milhões. Isso, em uma companhia que investia em média de R$ 70 a R$ 80 milhões por ano desde a inauguração da fábrica em Montes Claros, em 2013”, destaca o executivo em entrevista ao EXAME IN.

Nos últimos anos, o crescimento das vendas esticou a capacidade produtiva. Até março de 2019, no acumulado de 12 meses, a companhia vendeu 243 milhões de pares. No acumulado de 12 meses que terminou em setembro, esse total alcançou 265 milhões.

O plano de investimento chega junto com um dividendo recorde na história da companhia, anunciado numa só tacada. A Alpargatas vai pagar R$ 150 milhões em proventos antecipados aos investidores, composto por dividendos e juros sobre capital — referentes ao balanço de 2021. “É certamente o maior dos últimos dez anos e não temos medida antes”, destaca Funari, ciente de que dificilmente antes disso houve qualquer volume comparável.

O que está motivando a Alpargatas a tal movimento? Simples: recordes atrás de recordes — crescimento de receita, volume e margem. O terceiro trimestre superou os recordes recentes. De julho a setembro, a receita líquida alcançou R$ 1,063 bilhão, com expansão de 13%. No acumulado dos primeiros nove meses, esse total chegou a R$ 2,86 bilhões, com alta de 34%. Nessa conta, as exportações pesaram bastante.

“Em nove meses, a Havaianas Internacional superou 25 milhões de pares vendidos e receita de R$ 1 bilhão”, conta um Funari sorridente. Atualmente, as vendas fora do Brasil representam 35% do total, ante 32% em igual período do ano passado. “Historicamente, esse percentual ficava sempre abaixo de 30%.” Questionado, o executivo fala em alto e bom som que o mercado internacional, no futuro, será maior que o nacional. Quando isso deve acontecer? “É a pergunta do milhão”, responde.

De janeiro a setembro, a operação internacional não apenas teve expansão de 46% na receita, mas também de margem bruta e Ebitda. O lucro bruto avançou 35% e o Ebitda aumentou mais de 200%. Portanto, para entender as razões de novos investimentos, basta olhar o balanço. As vendas no Brasil, em volume, tiveram expansão de 16,8% e no mercado internacional, de 46,2%, de janeiro a setembro.

Mas não é apenas a Havaianas, o flip flop tradicional, que tem feito sucesso. A Alpargatas vem num esforço contínuo de ampliar o mix de produtos e melhorar tíquete de venda. Além do aumento nas vendas de sandálias, a companhia registrou um tremendo sucesso nas vendas do seu próprio tênis — um verdadeiro hype. “Eles já representam 6% das vendas”, comenta Furnari. O desempenho dos novos produtos contribui para o avanço das margens. Mostra disso, mais uma vez, está no balanço.

No Brasil, enquanto o volume de pares teve aumento de 16,8% no acumulado de janeiro a setembro, a receita do período cresceu 30%.

Soma um, noves fora — e, brincadeiras à parte — a Alpargatas teve um crescimento de 66,3% no lucro líquido recorrente atribuído ao acionista controlador, para R$ 409,5 milhões. E o caixa rei como anda? De julho a setembro aumentou de R$ 867 milhões para R$ 915 milhões. Tudo isso, com uma dívida bruta da ordem de R$ 250 milhões.

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