Âncora fiscal do país, teto de gastos é bomba relógio para governo

 Apontada pela equipe econômica como a principal âncora fiscal do país, a regra constitucional do teto de gastos tem risco elevado de ser descumprida neste governo, possivelmente já em 2021, em meio à alta consistente das despesas em ritmo superior ao avanço dos preços na economia, mesmo com cortes draconianos em investimentos e em outros gastos.

Economistas de dentro e fora do governo apontam que o atendimento do teto, que limita o crescimento das despesas totais do governo federal à variação da inflação do ano anterior até 2026, demandaria a aprovação urgente de reformas de redução de gastos obrigatórios, o que pode se provar especialmente desafiador diante da crise econômica sem precedentes.

“O risco de descumprir o teto  —  mesmo que não seja ano que vem, mas a gente acha que no ano que vem o risco é alto — é iminente. Esse é o quadro, e falta sinalização clara do governo do que fazer em relação às metas fiscais”, afirma Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI). “Operar no fio da navalha é muito preocupante.”

A IFI calculou que o limite para os gastos será de 1,483 trilhão de reais em 2021, apenas um pouco acima das despesas de execução mínima obrigatória. Com isso, a margem fiscal para acomodar despesas discricionárias será de só 72 bilhões de reais, estima o IFI, sendo que para manter o funcionamento da máquina pública seriam necessários no mínimo 90 bilhões de reais.

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