Após OMS suspender estudo, Brasil manterá protocolo de uso da cloroquina

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou nesta segunda-feira que não haverá modificação nas orientações do governo emitidas na última semana sobre a utilização precoce da cloroquina em pacientes com covid-19 por enquanto, a despeito do cancelamento de estudos por questões de segurança.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou mais cedo nesta segunda a suspensão dos testes com a cloroquina e a hidroxicloroquina, medicamentos para malária, em pacientes com Covid-19 em razão de questões de segurança. A medida foi tomada após estudo publicado na revista médica The Lancet mostrar que os medicamentos estão ligados ao aumento do risco de morte em pacientes com a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.

Apesar da decisão da OMS, a secretária do Ministério da Saúde afirmou que a pasta tem tranquilidade em relação à nota divulgada na semana passada que ampliou a recomendação do uso da cloroquina para pacientes no estágio inicial da doença. Ela não descartou mudanças nas diretrizes caso os estudos acompanhados pelo governo mostrem que não há comprovação da eficácia da medicação.

“Estamos muito tranquilos e muito serenos em relação à nossa orientação”, disse a secretária em entrevista coletiva, acrescentando que por enquanto “não haverá qualquer modificação” da nota divulgada na semana passada.

Na última quarta-feira, o Ministério da Saúde atendeu exigências do presidente Jair Bolsoanro e divulgou um novo protocolo ampliando a recomendação do uso do medicamento desde os sintomas iniciais da Covid-19, apesar da ausência de estudos que comprovem a eficácia.

A secretária do ministério disse nesta segunda que a pasta acompanha estudos e pesquisas, e trabalha com banco de informações de 216 protocolos de cloroquina. Também reafirmou que o ministério segue princípios bioéticos, como o da autonomia, e aproveitou para citar que a pasta já recomendou o uso da medicação no passado, contra o vírus da zika.

A utilização da cloroquina tem ocupado o centro de uma polêmica que resultou, entre outros motivos, na saída de dois ministros da Saúde em menos de um mês: Luiz Henrique Mandetta, e posteriormente, seu substituto, Nelson Teich.

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