As contribuições da KLM para uma aviação mais sustentável

Dados do estudo “Airline/Airport: Environmental Management Cooperation”, publicado em 2014, mostram que cada passageiro de classe econômica deixa cerca de 1,4 quilo de resíduos dentro da aeronave. Com isso, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estima que, por ano, mais de 6 milhões de toneladas de resíduos sejam produzidas em voos comerciais. Isso sem contar o desperdício de comida a bordo e a poluição causada pelos combustíveis e as emissões de gases do avião.

Ciente do seu papel para a sustentabilidade do setor, a companhia aérea holandesa KLM busca, desde os anos 2000, saídas que contribuam para um mundo mais sustentável. Em 2009, por exemplo, a KLM fez seu primeiro voo usando combustível sustentável de aviação.

De lá para cá, a companhia tem avançado no debate e na implementação de ações de sustentabilidade – em 2019, lançou o Fly Responsibly, um compromisso da empresa de assumir um papel de liderança na criação de um futuro mais sustentável para a aviação.

Imagem sem crédito Fly Responsability: KLM assumiu o compromisso de liderar um futuro mais sustentável para a aviação

Imagem sem crédito</b (KLM/Divulgação)

Em seu manifesto, a KLM também convida outras companhias aéreas a se engajarem à causa, e, inclusive, pede aos clientes que considerem outras formas de viagem e que reavaliem a necessidade de voar. O tema vem sendo reforçado com o lançamento de uma nova campanha, que pede uma reflexão mais profunda sobre as viagens.

Com metas alinhadas ao Acordo de Paris, tratado mundial que tem como objetivo reduzir o aquecimento global, a ideia é zerar as emissões até 2050.

Sabendo que a mudança precisa ser contínua, a KLM está investindo em uma série de iniciativas, entre elas novas aeronaves mais eficientes em combustível, além de metas já para 2030, como a de reduzir em 50% as emissões de CO₂ por passageiro.

A empresa também espera, até lá, emitir 15% menos CO₂ em suas operações de voo e 50% menos lixo em operações de solo.

Confira, a seguir, as principais iniciativas da empresa – e os aprendizados que ela vem deixando para o setor:

1. Ampliação de compromissos ambientais em linha com o Acordo de Paris:

“A emergência climática é, sem dúvida, o maior desafio que nossa indústria enfrenta hoje. Todos os funcionários do grupo e suas companhias aéreas têm trabalhado por muitos anos para reduzir sua pegada ambiental, mas agora precisamos acelerar nossa transição para um transporte aéreo mais sustentável”, disse Benjamin Smith, CEO do Grupo Air France-KLM.

Ao assinar esse compromisso, a empresa está confiante em sua capacidade de fazer a transição de forma coletiva, ao lado de suas equipes, clientes e parceiros. As metas de emissões de CO₂ serão, agora, validadas pela organização independente de referência Science-Based Targets (SBTi), fundada pelo Carbon Disclosure Project (CDP), o United Nations Global Compact e o World Wildlife Fund (WWF).

Aeronave da KLM: companhia investe na renovação de frota para reduzir sua pegada ambiental

Aeronave da KLM: companhia investe na renovação de frota para reduzir sua pegada ambiental (KLM/Divulgação)

2. Investimento em combustível sustentável de aviação

Aviões precisam de combustíveis líquidos e não podem simplesmente substituí-los por fontes alternativas de energia. Neste contexto, o combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) aparece como alternativa para reduzir drasticamente as emissões de CO₂ na aviação no curto e médio prazo.

Embora não esteja amplamente disponível, o SAF tem potencial para reduzir 75% a 100% das emissões de carbono em sua forma pura, dependendo da combinação de tecnologia e matéria-prima, e com o cumprimento de rigorosos critérios de sustentabilidade.

Para apoiar o avanço das pesquisas do desenvolvimento da produção do SAF, a KLM participa de um consórcio que visa unir forças para aumentar a disponibilidade do combustível na Suécia e no norte da Europa.

Aeronave em abastecimento: combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) aparece como alternativa para reduzir drasticamente as emissões de CO₂ na aviação

Aeronave em abastecimento: combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) aparece como alternativa para reduzir drasticamente as emissões de CO₂ na aviação (KLM/Divulgação)

3. Redução da pegada de carbono

O programa global busca incentivar a redução da pegada de CO₂ dos passageiros que viajam com a KLM.

Funciona assim: o passageiro paga uma pequena contribuição para reduzir o impacto de seu voo no meio ambiente. Ao usar este serviço, estará investindo ainda em um projeto de reflorestamento no Panamá.

4. Ações contínuas no presente para garantir o futuro

A indústria da aviação é responsável por 2% a 3% das emissões de CO₂ causadas pelo homem no mundo. Devido ao crescimento da população, do comércio e da riqueza, essa porcentagem pode aumentar no futuro.

Em sua busca por manter seu pioneirismo, a KLM tomou medidas no campo da renovação da frota, e, mais recentemente, expressou seu compromisso com o desenvolvimento da primeira planta de combustível de aviação sustentável na Holanda, em parceria com a SkyNRG e a SHV Energy.

Soma-se a isso um conceito de aeronave inovadora chamada de Flying-V, um avião com consumo de combustível mais eficiente. Especialistas acreditam, inclusive, que o formato aerodinâmico do avião reduzirá o uso de combustível em 20% em comparação com aeronaves atuais.

Veículo especial que ajuda no taxiamento com os motores desligados das aeronaves

Veículo especial que ajuda no taxiamento com os motores desligados das aeronaves (KLM/Divulgação)

A KLM também aposta em iniciativas de menor porte, como o incentivo aos viajantes para que carreguem menos bagagem e considerem outros modais de transporte, sobretudo em trajetos curtos. A lista de ações também contempla abordagens como o taxiamento sustentável, que ocorre com os motores desligados, e até mesmo refeições sustentáveis em alguns voos, com itens orgânicos provenientes de espaços responsáveis.

Por conta de suas iniciativas em relação ao tema, a KLM tem estado no topo do Índice Dow Jones de Sustentabilidade há 17 anos.

 (Arte/Exame)

 



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