As três medidas essenciais contra a pandemia, segundo a médica que recusou ministério

A médica Ludhmila Hajjar confirmou em entrevista à CNN Brasil que recusou o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde e substituir o atual ministro, o general Eduardo Pazuello. Para ela,

“Sou médica, cientista, especialista em cardiologia e terapia intensiva, tenho toda minhas expectativas em relação à pandemia. O que eu vi, o que eu aprendi está acima de qualquer ideologia e acima de qualquer expectativa que não seja pautada em ciência”, disse a médica, que conversou com o presidente ao longo do final de semana em Brasília.

Para Hajjar, faltou convergencia entre ela e Bolsonaro. “O presidente ficou muito preocupado da minha gestão não agradar alguns grupos, de sofrer ataques. Um novo ministro tem que vir para ajudar o presidente, para deixar o ambiente tranquilo, ambiente que não foi possível de ser criado entre nós.”

O que precisa ser feito

Na entrevista, Hajjar defendeu três medidas urgentes: protocolo de tratamento e ativação de leitos emergenciais; vacinação em massa e, por fim, busca de remédios novos.

Para a médica cardiologista, a ciência já demonstrou que o paciente precisa ser visto precocemente. Mas disse também que remédios, como cloroquina, ivermectina e azitromicina, não se mostraram eficazes no tratamento da doença. Essas drogas foram sugeridas pelo presidente Bolsonaro e pelo Ministério da Saúde como parte de um tratamento precoce para combater a pande

“No início da pandemia, muitos de nós, inclusive eu, prescrevemos cloroquinas. Queríamos uma salvação, estávamos no desespero. Até que nós fomos lidando com os resultados que a ciência nos traz: inumeros estudos provaram isso. E por isso, esse é um assunto do passado para mim.”, disse Hajjar.

Ela defendeu também medidas de isolamento social. “Se não houver uma mudança de política imediata, eu não vejo dias melhores pela frente”, disse Hajjar. “Enquanto continuarmos negando, vão vai ter solução.”

Ameaças

Hajjar disse também que, após seu nome ser cotado para a vaga, ela sofreu ameaças. “Meu celular foi divulgado em vários grupos de whatssapp. Tentaram entrar no meu quarto duas vezes durante a noite (no hotel em Brasília em que estava hospedada). Fico assustada, mas não tenho medo porque a causa é maior. uma pessoa da sociedade civil, querendo o bem do país, sofrer esse tipo de agressão. Isso me assusta. Boa parte dos maus resultados que o brasil tem hoje são consequencia desse comportamento”, disse.

“Para alguns, esse nosso encontro não foi muito agradável. E as pessoas fizeram de tudo para que não houvesse uma convergência entre nós”, disse

Para a médica cardiologista, o país acumulou erros: “Acho que o Brasil até o momento errou no combate à pandemia. O Brasil subestimou a doença no início, faltou muita discussão e eficiência na compra de vacinas – e hoje estamos pagando o preço disso -, um discurso de alinhamento, medidas eficientes de combate à pandemia. Agora, o Brasil precisa mudar. O que é bom precisa continuar, mas o que não está dando certo precisa ser combatido.”

Reportagem em atualização

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