Bancos Inter e Pan divulgam resultados com desafio de se provar rentáveis

Instituições divulgam seus resultados referentes a 2019 nesta quarta-feira

São Paulo — Antevendo uma mudança no perfil dos clientes que demandam cada vez mais rapidez e praticidade, os bancos Pan e Inter se reinventaram nos últimos anos e se tornaram startups.

Mudaram o modelo de negócios, encurtaram seus nomes e agora têm de se provar rentáveis como todas as outras fintechs. Parte do sucesso nesta empreitada poderá ser medido nesta quarta-feira, quando as empresas apresentam seus resultados referentes a 2019.

De janeiro a setembro, o banco Pan acumulou o maior lucro da história, de 348 milhões de reais, aumento de 136% em relação ao mesmo período de 2018. Ainda no terceiro trimestre, a instituição captou 1,04 bilhão de reais com uma oferta de ações e usou pouco mais da metade em um aumento de capital que foi aprovado pelo Banco Central em meados de janeiro.

Os especialistas recomendam acompanhar de perto dois pontos cruciais. Um deles é a relação com os clientes. Isso porque, no quarto trimestre, o Pan liderou o ranking de reclamações do BC (classificação essa que nenhuma instituição quer ficar em primeiro lugar).

Outro ponto de atenção é a possível saída de um dos sócios majoritários, a Caixa Econômica Federal, que hoje detém uma fatia de 34% do capital total. O BTG responde por 39,5% e o restante é negociado no mercado (free float).

“Posso assegurar que se a Caixa se desfizer das ações não será por não gostar da nossa administração. Ao contrário. Sempre me dizem que estão muito satisfeitos com o nosso desempenho”, afirmou Carlos Eduardo Guimarães, presidente do Pan, a EXAME, na época da divulgação de resultados do terceiro trimestre. “Se tomarem essa decisão, é por uma questão estratégica do próprio banco.”

Já no caso do Banco Inter a dúvida gira em torno da monetização dos serviços e produtos, segundo analistas do BTG Pactual. Eles estimam que a instituição tem potencial para dobrar o número de clientes em 2020, para 8 milhões, com base na prévia de resultados apresentada em janeiro. “Os clientes têm acessado mais o aplicativo. Em média, foram 2 milhões de acessos por dia útil em dezembro, bem acima da média de 1,4 milhão em setembro”, escreveram os analistas Thiago Kapulskis, Eduardo Rosman e Thomas Peredo, do BTG, que recomendam a compra do papel.

Para efeito de comparação, os clientes da varejista Magazine Luiza acessam o aplicativo apenas quatro vezes por ano, de acordo com reportagem do Brazil Journal, enquanto os correntistas do Banco Inter acessam o app 17 vezes por mês – e a expectativa dos analistas do BTG é que depois do lançamento do marketplace SuperApp, ocorrido em novembro, essa média deva aumentar. Ao todo, já foram transacionados 34 milhões de reais nessa plataforma.

Outra frente usada pelo Inter para se “monetizar” é a plataforma de investimentos (mais conhecida pela sigla PAI) que conquistou 425.000 clientes ativos, cerca de 10% da base de clientes do banco.

Já a originação de crédito atingiu o recorde 4,3 bilhões de reais em 2019, alta de 75% em relação a 2018, puxado pelo crescimento de 83% do crédito para empresas (para 2,1 bilhões de reais) e pelo aumento de 47% do crédito imobiliário para 1,2 bilhão de reais. Já a carteira de crédito consignado alcançou 996 milhões de reais em 2019.

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