As ações do Banco do Brasil (BBAS3) caem 1,12%, depois de forte queda ontem. Nos últimos dois dias, acumulam baixa de 5,8%. O movimento ocorre em meio a rumores sobre possível demissão do presidente da instituição, André Brandão, em menos de quatro meses após sua posse.
Segundo a mídia, o gatilho para a decisão teria sido o anúncio de um plano de demissão voluntária de até 5 mil funcionários e fechamento de 112 agências pelo país, o que abriu uma crise no governo. Conforme apurou o Estadão, o presidente Jair Bolsonaro decidiu demiti-lo pelo desgaste provocado com o anúncio, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda tenta demovê-lo da ideia.
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Em fato relevante divulgado ao mercado nesta manhã, o banco informa que não recebeu no âmbito de seus órgãos de governança nenhuma comunicação formal por parte do acionista controlador sobre qualquer decisão a respeito do assunto.
Vale e siderúrgicas
Entre as principais contribuições positivas em pontos para o Ibovespa hoje, aparecem as ações da Vale (VALE3), que sobem 1,64%, na esteira da alta dos preços do minério de ferro. A commodity negociada no porto chinês de Qingdao subiu 1,32% nesta sessão, indo para 172,37 dólares a tonelada. O movimento também impulsiona os papéis das siderúrgicas. Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) registram alta de 2,41%, 0,66%, 2,40% e 0,90%, respectivamente.
No radar, a Vale tem hoje nova reunião fechada com autoridades do governo de Minas Gerais sobre acordo final de reparação pelo rompimento da barragem da empresa em Brumadinho.
Na semana passada, o secretário-geral do governo estadual, Mateus Simões, disse que o estado de Minas espera concluir o texto definitivo do acordo na reunião de hoje, para que as partes possam iniciar discussão sobre valores.
Petrobras
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) viram para alta após recuarem 1,4% no pior momento do dia, indo na contramão da queda dos preços do petróleo no exterior. Ontem, as ações da estatal recuaram 4,8%, em movimento mais acentuado do que a queda da commodity (-0,9%), em meio à potencial greve de caminhoneiros no dia 1º de fevereiro. O presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, diz que o principal motivador da greve é a alta do preço do diesel.
Os analistas do BTG Pactual comentam que o noticiário recente sobre a política de preços da Petrobras e uma eventual nova greve dos caminhoneiros e rumores sobre interferência sobre a companhia explica parte do desempenho pior das ações versus dos preços do petróleo e seus pares no mercado.
“Entendemos que a gestão havia encontrado equilíbrio nos reajustes que possibilitou que a paridade internacional fosse perseguida sem necessidade de ajustes diários. Dito isso, vemos a gasolina e o diesel 21% e 14% abaixo do preço internacional ao fechamento de ontem”, comentam.
Eles apontam que essas notícias ocorrem “obviamente, em um momento ruim”, uma vez que a companhia está no meio de um processo de venda de três grandes refinarias. “Um dos principais pilares da nossa tese de investimento sempre foi que a gestão iria ter liberdade para operar independentemente e seguindo princípios de geração de valor. Na nossa visão esse pilar ainda se mantém, mas deve atrapalhar processo de re-rating da ação enquanto ruído persistir”.
Eles lembram ainda que, na última greve dos caminhoneiros, ficou claro que a companhia não deveria ser o veículo pelo qual o governo deveria implementar sua políticas, quando o subsídio de 10 bilhões ao diesel não impactou os resultado da companhia.
Nesta sessão, os contratos do petróleo Brent, negociados em Londres e usados como referência pela estatal, caem 0,7%, com o avanço de casos de coronavírus no mundo aumentando preocupações com a demanda pela commodity. As perdas, no entanto, são limitadas após dados de estoques de petróleo nos Estados Unidos, divulgados ontem, mostrarem queda pela quinta semana consecutiva.
Além disso, no radar, a Petrobras informou que vai divulgar seu relatório de produção e vendas do quarto trimestre do ano passado e do fechamento de 2020 no dia 2 de fevereiro, após o fechamento do mercado. Em seguida, no dia 24, informará ao mercado seu relatório de desempenho financeiro relativo ao mesmo período.
BTG Pactual
As units do BTG Pactual (BPAC11) têm alta de 0,37% nesta sessão. No radar, o banco anunciou nesta manhã oferta pública primária (follow-on) com esforços restritos de 22,2 milhões de units. Considerando o preço de fechamento de ontem, a operação pode movimentar 2,03 bilhões de reais. A oferta poderá ser acrescida em até 25%, ou em até 5,5 milhões de units.
Segundo o banco, os recursos levantados na oferta serão usados para acelerar iniciativas estratégicas e o crescimento da área de negócios de varejo digital e
para manter fortes indicadores de capital e liquidez.
A oferta será coordenada pelo próprio BTG Pactual, no papel de coordenador líder, e também por Bradesco BBI, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander.