BC pode subir juro em março se inflação surpreender de novo, diz Volpon | Invest

O cenário mudou e os diretores do Banco Central se ajustaram às novas perspectivas para a inflação. Diante das novas condições, não se deve descartar a possibilidade de aumento da taxa básica de juros — atualmente em 2% ao ano — já na próxima reunião do Copom nos dias 16 e 17 de março. É o que afirma Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central e estrategista-chefe da WHG, em entrevista à EXAME Invest.

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“O mercado já estava trabalhando com uma perspectiva de aumento do juro em maio, como é o meu caso. Com as mudanças no comunicado e a morte do forward guidance, uma alta em março está no jogo”, disse Volpon. “Se o IPCA surpreender como aconteceu em dezembro, eu acredito que o Banco Central antecipa a alta para março.” Nessa situação, poderia ser um aumento de 0,25 ou de 0,50 ponto percentual, a depender da evolução do quadro.

Segundo ele, as expectativas no mercado devem sofrer um ajuste com o comunicado, com o aumento das apostas para uma alta dos juros em março e na combinação de março e maio, enquanto as que projetam um aperto monetário a partir de junho devem diminuir.

Como consequência, haverá um achatamento da curva de juro (formada pelas projeções para a taxa em cada prazo): ou seja, a curva sobe em prazos mais imediatos e cai no médio e longo prazo, algo que ele considera positivo. “Eu advogo há algum tempo que o Banco Central tem que mexer nos juros e que quando antes fizer isso será melhor. A postura monetária não é mais compatível com o cenário que temos na economia”, afirma.

Ainda assim, Volpon trabalha ainda com o cenário de aumento de juro em maio e diz avaliar que o BC fará o mesmo se puder esperar, para que tenha “um conjunto de informações suficiente” para tomar a decisão. Seriam informações sobre o estágio de avanço da pandemia em meio ao avanço da campanha de vacinação e sobre o quadro fiscal.

Volpon se antecipa a eventuais contestações de que subir a taxa Selic em um momento em que há muitas incertezas sobre o ritmo de retomada da atividade poderia colocar em xeque esse movimento. “O que define a atividade é a curva de juros, e não a taxa de curto prazo.”

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