Bolsa tem terceira queda consecutiva desde ataque no Irã

Especialista vê risco de pânico no mercado em caso de uma resposta letal por parte do governo iraniano

São Paulo – É com cautela que o mercado observa os possíveis desdobramentos da ofensiva norte-americana que matou o general iraniano Qassem Soleimani. Segundo a imprensa local, o governo do Irã considera 13 “cenários de vingança” e já fala em “pesadelo histórico”. Nesta terça-feira (7), as bolsas internacionais tiveram dia misto. Já o Ibovespa, que bateu recorde no primeiro pregão do ano, registrou a terceira queda consecutiva desde o ataque e recuou 0,18%, em 116.661,94 pontos. 

Embora um possível conflito no Oriente Médio represente uma forte ameaça para a produção mundial de petróleo, o preço da commodity caiu no mercado internacional, após subir 4% nos últimos dois dias. 

Segundo Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, a falta de informações mais contundentes por parte do Irã ou dos Estados Unidos faz com que o mercado ande de lado, sem grandes movimentações de recursos. “Não dá pra dizer que o risco passou. É uma bomba que, se explodir, vai causar muito pânico no mercado”, afirmou.

No caso de uma guerra na região, Laatus comenta que, no curto prazo, algumas das reações mais esperadas seria a queda dos índices acionários e a apreciação do dólar. “Depois a situação vai se amenizando. Até porque esse tipo de confronto não duraria muito tempo. O Irã não aguentaria os ataques dos Estados Unidos”, disse.

Ações

Na Bolsa, as ações dos grandes bancos, com forte peso no índice, pressionaram o Ibovespa para baixo. Quem liderou as baixas do setor foram os papéis do Itaú, que recuaram 2,32%, seguidos pelos do Bradesco e do Banco do Brasil, que tiveram respectivas perdas de 1,74% e 0,75%. 

As ações da Petrobras, que vinham de alta do começo da semana, também contribuíram para que a Bolsa fechasse no vermelho. Em linha com o preço internacional do petróleo, os papéis ordinários da estatal caíram 1,36% e os preferenciais, 0,39%. 

Por outro lado, a B3 teve alta expressiva de 3,23%. Desde que o processo de arbitragem abriu espaço para concorrência no setor de bolsas de valores no Brasil, há duas semanas, o papel da companhia acumulava queda de 10%.

Apesar da recente desvalorização, o mercado ainda mantém forte expectativa sobre as ações da companhia responsável bolsa brasileira. “A B3 sempre teve hegemonia de tudo e o risco de um concorrente causa certa tensão. Mas o mercado está crescendo cada vez mais”, comentou Laatus.  

A maior alta da sessão ficou com os papéis da Cemig, que subiram 3,66%, após o jornal Valor Econômico noticiar que a companhia de energia de Minas Gerais pretende vender sua fatia de 21,7% da Taesa como parte da estratégia de desinvestimento. Em relatório a clientes, analistas da Guide classificaram a venda como positiva. “Vale ressaltar que o objetivo final do governador Romeu Zema é a privatização da empresa.”

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