Brasil já negociou doses para atingir imunidade de rebanho em outubro

Considerando a capacidade de produção local de vacinas e os contratos já firmados com farmacêuticas ao redor do mundo, o Brasil deve atingir a imunidade de rebanho contra a covid-19 em outubro deste ano, dois meses após os Estados Unidos e quase ao mesmo tempo que Japão e União Europeia. Em todo o continente sul-americano, a imunidade de rebanho deve chegar apenas em março de 2022.

Termo polêmico nos primeiros meses de pandemia, imunidade de rebanho é quando boa parte de uma população já foi vacinada e desenvolveu anticorpos contra o vírus, reduzindo seu potencial de transmissão e circulação. Neste levantamento, essa parcela da população seria de 75% – cerca de 158 milhões dos 211 milhões de brasileiros. Os dados foram compilados pela empresa britânica de análise de dados Airfinity, e cedidos à EXAME com exclusividade.

Se a realidade seguir fielmente as previsões matemáticas, os países líderes na corrida mundial das vacinas atingirão o mesmo patamar de vacinação ainda no primeiro semestre: Israel, que já vacinou 30% da sua população, deve alcançar os 75% no final de abril; o Canadá, em junho, o Reino Unido em julho e os EUA em agosto. As estimativas não levam em conta possíveis fraquezas das vacinas em relação a novas mutações do vírus, que já preocupam cientistas e farmacêuticas.

Empresa britânica de análise de dados prevê imunidade de rebanho no Brasil em outubro de 2021, dois meses após EUA e junto com Japão e União Europeia

Empresa britânica de análise de dados prevê imunidade de rebanho no Brasil em outubro de 2021, dois meses após EUA e junto com Japão e União Europeia (Airfinity/Reprodução)

As vacinas do Brasil

Até agora, o Instituto Butantan e a Fiocruz são os principais fornecedores de vacinas no Brasil. O primeiro, ligado ao governo paulista e parceiro da chinesa Sinovac, tem capacidade para fabricar 600 mil doses por dia, mas ainda depende de insumos chineses para tocar a produção – isso pelo menos até janeiro de 2022, quando a Coronavac poderá ser inteiramente fabricada no Brasil.

A situação é semelhante a da Fiocruz, que testou e começara a fabricar localmente a vacina de Oxford/Astrazeneca já nesta semana – mas também a partir do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) importado da China. O primeiro lote, que chega ao Brasil neste final de semana, deve render 7,5 milhões de doses, e o contrato do Ministério da Saúde com o laboratório prevê outras 13 remessas do IFA, entregues a cada 15 dias.

O atraso inicial na entrega dos insumos, que deflagrou uma crise diplomática entre Brasil e China, não deve atrasar o cronograma da Fiocruz, que garante a fabricação de 100 milhões de doses da vacina até o fim de julho.

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