Brasil tem maior juro real projetado em 2022 entre principais economias

Hoje com uma das maiores taxas de juros do mundo, o Brasil pode terminar 2022 liderando também no chamado “juro real”, isto é, quando se desconta a perda pela inflação.

A taxa de juros real brasileira projetada para o fim de 2022 está atualmente na casa dos 6,5%, caso as projeções para inflação e taxa Selic se mantenham.

O Brasil lidera na projeção de juro real na comparação com outros 37 países, segundo levantamento feito pela Necton Investimentos (do BTG Pactual, mesmo grupo que controla a EXAME).

Com esses valores, o juro real brasileiro está acima das previsões para países como Argentina e Turquia, onde os juros nominais são muito altos, acima de 20% e 50%, respectivamente, mas o juro real ficará negativo devido à alta inflação (veja no gráfico abaixo).

No IPCA, foi usado no levantamento uma alta de 5,23% no ano. Já para a Selic, até esta semana, a aposta na mediana do boletim Focus era de que o Brasil terminasse 2022 com taxa básica de juros em 11,75%. O juro real é calculado subtraindo-se esses dois componentes.

“O valor [do juro real brasileiro] é praticamente o dobro da taxa projetada para o segundo lugar, que é a Rússia, que deve ter uma taxa de juros de 8,1%, contra uma inflação de 4,8%, o que dá uma taxa real de 3,3%”, escreveu em nota a clientes André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Em países desenvolvidos, no geral, são observadas inflação e taxa de juros em patamares menores, fazendo com que o juro real também seja menor.

Um aumento de 1,5 ponto percentual na Selic é esperado para a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que começa nesta quarta-feira, 2. Assim, a taxa de juros chegaria a 11,75% já nesta semana, ante os atuais 9,25%.

O que significa o juro real?

O juro real é uma métrica observada com atenção por investidores, porque mostra o quanto um aporte em renda fixa renderia acima da inflação em certo país.

O cenário de juro real acima de 6% seria uma reversão em relação ao momento atual. Pela inflação e juros de hoje no Brasil, o rendimento com base na Selic ainda perde para a inflação: o acumulado em 12 meses no IPCA foi de 10,06% em 2021, contra 9,25% da taxa Selic.



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