Brasileiro abriu empresa com rescisão da demissão e fatura R$ 100 milhões

O engenheiro Silvio Aragão trabalhou onze anos no departamento de telecomunicações de um banco até aceitar o Programa de Demissão Voluntária. Foi o começo da Avantia, integradora de tecnologias de segurança e monitoramento criada em 1998 com o dinheiro da rescisão de contrato – de quase 40 mil reais –, que faturou 100 milhões de reais neste ano. “Sonhamos grande e acreditamos que nossa empresa poderá ser a maior do setor na América Latina”, diz o CEO e fundador.

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E esse nem foi o primeiro empreendimento do recifense: durante a faculdade, formou uma empresa para instalações elétricas e infraestrutura para TI que durou três anos. Focou na carreira corporativa logo depois da formatura. “Mas eu ainda tinha a vontade de construir algo grande o suficiente e que pudesse gerar emprego para as pessoas. Decidi arriscar somente com dois funcionários. Começamos pequenos, com propósito de usar a tecnologia para garantir uma vida melhor”.

Há pouco mais de 20 anos, a Avantia oferecia apenas soluções de informatização. Mas o foco mudou para comunicação digital à medida que os equipamentos analógicos foram substituídos por modelos eletrônicos. “Definimos o core business em segurança digitalizada e passamos a oferecer soluções na área. Só que a grande transformação aconteceu há oito anos, quando passamos a desenvolver nossa própria tecnologia com engenheiros locais e custos mais acessíveis”, diz Aragão.

Atualmente, os serviços da empresa parecem roteiro do filme Minority Report: os algoritmos criados pela Avantia são capazes de reconhecer padrões específicos graças ao uso de inteligência artificial. E fica à escolha do cliente incluir funcionalidades como identificação de rostos, armas, roubos, além de ruídos de quedas e acidentes. Também há aplicações para o setor público, porque o sistema é capaz de reconhecer foragidos, por exemplo, e até acionar a polícia automaticamente.

“Todos os nossos serviços estão de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e utilizamos as câmeras dos próprios clientes, que têm acesso exclusivo às informações. Podemos deixar pessoas anônimas nas imagens com o próprio sistema, de acordo com as preferências do contratante. Para o setor público, a legislação permite o reconhecimento facial no combate ao crime e oferecemos esse serviço. Mas não mantemos nenhum armazenamento de dados”, afirma o CEO.

De acordo com o executivo, os custos dos equipamentos são praticamente os mesmos dos sistemas reativos (que dependem de pessoas para monitoramento), enquanto as câmeras são iguais. No fim das contas, os sistemas de inteligência aumentam os custos em cerca de 20%. “Temos concorrentes e algumas startups têm soluções pontuais, mas nenhuma oferece o serviço completo. E conhecemos o mercado brasileiro para criar algoritmos que empresas estrangeiras não têm”.

Com cerca de 500 funcionários, além de escritórios em Brasília (DF), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), a empresa atende grandes clientes como Azul, Gerdau, Heineken, McDonald’s, Raia Drogasil, Suzano e White Martins – assim como órgãos públicos, governos estaduais, universidades públicas e portos. Bem diferente das complicações no início do negócio. “Nós já tivemos ‘perrengues’ com atraso de recebimento, dificuldades de caixa e brigas fiscais. Era bem difícil”.

Em bom ritmo de crescimento, a Avantia deverá faturar 150 milhões de reais no ano que vem, sendo que a previsão para 2023 está em 200 milhões de reais. Para garantir fôlego extra, há duas receitas: criar um novo serviço de processamento de dados em nuvem, que permite livrar os clientes do custo de equipamento e reduzir os valores em até 50% quando comparados a hoje (que devem responder por 40% da receita em 2023); além da expansão para países da América Latina.

“Nós percebemos que o Brasil é muito complexo e tem problemas sérios de segurança. E muitas das soluções que funcionam aqui também servem para mercados com questões semelhantes. Ainda não expandimos porque dependemos de investimento, mas já começamos a buscar fundos e planejar as estratégias para captação de recursos”, diz Aragão. Em até cinco anos, a previsão é abrir capital para seguir os passos bem-sucedidos de outras empresas do setor – como a Intelbras.

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