Carta aberta ao próximo ocupante do Ministério da Educação |

Caro(a) futuro(a) ministro(a),

sua tarefa não será fácil. O bastão que você está prestes a receber passou por mãos atabalhoadas e vem sendo conduzido sem continuidade, método ou sentido. Nossos alunos têm um dos 10 piores desempenhos do mundo em matemática. Estamos atrás de 50 países em leitura. Segundo o IBGE, em 2018, ainda tínhamos mais de 11 milhões de analfabetos. Se todos morassem na mesma cidade do Brasil, ela só perderia para São Paulo em número de habitantes.

Não recito esses problemas para que você se desanime. Pelo contrário, o estado das coisas nos traz enormes oportunidades de avanço. Você tem todas as chances de entregar um ministério melhor do que o que herdará. Para que o avanço seja sustentável e coerente, o foco precisa estar em primeiro lugar em cuidar do básico. Literalmente.

É urgente que o Brasil acelere a expansão do horário integral, sobretudo para o ensino fundamental. Se a frase soa como um deja vu, não é por acaso. Há mais de uma década, o horário integral vem sendo apontado por especialistas como potencial divisor de águas na educação. Infelizmente, isso só fez o tema povoar as propagandas eleitorais, sem chegar efetivamente aos planos de governo, com algumas exceções.

A reforma do ensino médio, aprovada ainda no governo de Michel Temer, precisa sair do papel. O que temos hoje é uma política pública em que faltam diretrizes, previsão orçamentária, consistência e o necessário envolvimento de educadores e especialistas. Sem planejamento e articulação entre os três níveis de governo, o “novo” ensino médio segue estagnado, como uma obra pública abandonada em que a chuva arranca o asfalto sem conclusão e o capim já começa a tomar os canteiros.

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