Cogna: chegou, finalmente, a hora da virada?

Os dias difíceis da companhia de educação Cogna ainda não acabaram. Os resultados do terceiro trimestre de 2021 mostram que, apesar dos esforços para sair do sufoco, a empresa continua em ritmo lento. A receita do período foi de 1,17 bilhão de reais, a mais baixa para um trimestre desde 2016. Já o prejuízo no período ficou em 122 milhões de reais. A empresa perdeu mais de 80% de seu valor de mercado desde 2017 e vale hoje 4,9 bilhão de reais na bolsa. Ainda assim, seus executivos afirmam que a empresa vive um ponto de inflexão.

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A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio praticamente todas as empresas do setor de educação. O ensino presencial, mais caro que os cursos online, foi duramente afetado, reduzindo receitas e colocando o setor em alerta. Mas, no caso da Cogna, o susto chegou em péssima hora, quando a companhia já se debatia com seus próprios problemas. Passado o momento mais crítico da pandemia, e com a retomada das aulas presenciais, a expectativa é de que as coisas fiquem no mínimo menos difíceis.

Em relatório, o banco BTG Pactual destaca que a administração da Cogna “acredita que este trimestre marca um ponto de inflexão para seus ciclos de captação de alunos (especialmente no ensino presencial) e está confiante em um melhor cenário no primeiro semestre de 2022”.

Os números do terceiro trimestre já mostram uma retomada na captação de alunos no ensino presencial. Foram 32 mil matrículas, ante 24 mil no terceiro trimestre de 2020, auge da pandemia. É um crescimento, mas ainda pequeno se comparado às 66 mil matrículas do terceiro trimestre de 2019, em um cenário pré-covid, como destaca o banco Credit Suisse.  “Com as formaturas e evasões, a base de estudantes presenciais chegou a seu ponto mais baixo desde 2014 (com 199 mil estudantes)”, diz o banco em relatório.

Não se deve esperar, no entanto, que o número de alunos presenciais volte aos patamares anteriores. Parte importante do turn around da Cogna é justamente a mudança do perfil de alunos da Kroton, a sua subsidiária de ensino superior. Antes a companhia atendia a uma massa de alunos de classe social mais baixa, mais suscetível aos solavancos da economia, e com mais risco de inadimplência. Agora, busca estudantes dispostos a pagar um pouco mais, e menos sensíveis ao cenário macroeconômico. Mesmo que para isso precise ter menos estudantes no total.



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