Com feriado, cidades de SP e RJ criam barreiras sanitárias contra turistas

Ao menos 60 cidades do interior e litoral de São Paulo decidiram instalar barreiras sanitárias para inibir a entrada de turistas e visitantes, durante os feriados antecipados na capital e na região do ABC paulista.

Os agentes não podem impedir a passagem dos veículos, porém, convidam o motorista a preencher questionários, medir a temperatura e, em alguns casos, tentam convencer o visitante a retornar para sua cidade.

A medida é uma tentativa de evitar maior disseminação da covid-19 em regiões que já estão com hospitais lotados. A mesma medida também está sendo adotada em cidades do Estado do Rio de Janeiro.

A Prefeitura de São Paulo antecipou cinco feriados para aumentar o isolamento social e conter o avanço da doença, criando um feriadão que vai desta sexta-feira, 26, a domingo, 4 de abril. Cidades do ABC acompanharam a medida e também decretaram feriados. Prefeitos do interior e do litoral, que também lutam contra o avanço do coronavírus, temem uma invasão de paulistanos e turistas.

Na região metropolitana de Campinas, os 20 municípios iniciam a abordagem aos motoristas nesta sexta e seguem com barreiras até 4 de abril. A adoção de barreiras nos principais acessos urbanos foi definida em reunião virtual entre os prefeitos. Os agentes usarão câmeras com reconhecimento óptico de caracteres para monitorar os veículos com placas novas, sem identificação das cidades. Os motoristas abordados terão a temperatura medida e devem preencher um questionário com os motivos da viagem.

As barreiras não impedem a passagem dos veículos, mas orientam o motorista sobre o risco de transmissão e pedem o retorno para cidade de origem, se não houver motivo justificado para a presença na cidade. Em Sorocaba, cinco barreiras começaram a funcionar na manhã desta quinta-feira, 25, nas avenidas de acesso à região central. Na barreira localizada na Avenida Carlos Reinaldo Mendes, próximo à prefeitura, os agentes pararam o comerciante Reinaldo Rugolo, de Laranjal Paulista. Ele foi liberado após comprovar que tinha reunião agendada em um escritório de advocacia da cidade.

Na região, outras 15 cidades terão barreiras. Em Tatuí, a prefeitura decidiu também proibir o aluguel de chácaras de recreio para turistas. A prefeitura de Salto de Pirapora, além de instalar barreiras, decretou lei seca, com a proibição de consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos. Em Boituva, os agentes vão usar drones para evitar que os veículos fujam das barreiras. Na região de Piracicaba, ao menos seis cidades tentam barrar a entrada de turistas. Em Iracemápolis, a prefeitura interditou quiosques usados por visitantes em áreas de lazer.

Cinco cidades turísticas da região de Bragança Paulista usarão barreiras para dificultar a entrada de visitantes da capital. Em Atibaia, também foram proibidas a entrada de ônibus de excursões e a locação de chácaras ou cessão de chácaras para festas, inclusive familiares. As medidas vigoram de sábado, 27, ao dia 5 de abril. Bragança também decretou lei seca – proibição de venda de bebidas alcoólicas – desta sexta a domingo, 28. A prefeitura de Campos do Jordão vai retomar as barreiras sanitárias na entrada da cidade para orientar os turistas.

Em todo o litoral de São Paulo, as cidades praianas estão usando barreiras para dissuadir os turistas de adentrarem a área urbana. Em Santos, nesta quarta-feira, 24, a Guarda Civil Municipal abordou 250 veículos e impediu a entrada de dez carros cujos ocupantes não apresentaram motivo para entrar na cidade. A prefeitura proibiu também o consumo de bebidas em locais públicos. Outros oito municípios da Baixada Santista instalaram barreiras.

No litoral norte, os quatro municípios estão com barreiras. Em São Sebastião, 18 turistas que testaram positivo para a covid-19 na barreira sanitária montada pela prefeitura foram orientados a retornarem para suas casas e observar o isolamento. Em Ilhabela, uma barreira instalada no bolsão de embarque das balsas exige que o visitante apresente exame negativo para covid-19 feito a menos de 48 horas.

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