Com IPO, XP pode valer mais do que a Magazine Luiza na bolsa

Enquanto a varejista vale US$ 17 bilhões, a corretora pode valer entre US$ 16 bilhões e US$ 18,8 bilhões, já que cada papel custará entre US$ 22 e US$ 25

São Paulo – A corretora XP pode valer mais do que a varejista Magazine Luiza em valor de mercado. Enquanto a empresa comandada por Frederico Trajano vale 17 bilhões de dólares, de acordo com levantamento de outubro da B3, a corretora fundada por Guilherme Benchimol pode valer entre 16 bilhões e 18,8 bilhões de dólares, depois da oferta inicial de ações (IPO na sigla em inglês), que será realizada na bolsa americana Nasdaq.

Isso porque cada um dos 72,5 milhões de papéis deverá custar algo entre 22 e 25 dólares, de acordo com documento registrado, nesta segunda-feira (2), na Securities and Exchange Commission (SEC), que atua como xerife do mercado americano. A oferta pode contar ainda com um lote suplementar de 10,8 milhões de ações.

Os coordenadores da oferta são Goldman Sachs & Co. LLC, J.P. Morgan, Morgan Stanley, XP Investments e Itaú BBA.

“A XP escolheu a Nasdaq como local de listagem porque reúne as principais empresas de tecnologia do mundo. Ao acessar novos mercados e fortalecer sua estrutura de capital, a XP continua fortalecendo sua missão principal: democratizar o acesso de milhões de brasileiros aos melhores produtos e serviços financeiros, sempre guiados por total transparência e foco nas necessidades de seus clientes”, escreve a companhia no documento registrado na SEC.

História de empreendedorismo

A abertura de capital da XP é o mais novo desafio na história de Guilherme Benchimol, que decidiu empreender depois de ser demitido da corretora Investshop, em 2001, quando a bolha da internet estourou no Brasil. Aos 24 anos, o economista carioca se mudou para Porto Alegre e ali nasceu o que viria ser a maior corretora do país. A trajetória de Benchimol está descrita no livro “Na raça”, de Maria Luíza Filgueiras, que será lançado nesta segunda-feira (2).

Ele se diz um cara “raçudo”, o que explicaria por que a XP se tornou uma corretora de mais de 16 bilhões de dólares em valor de mercado. Mas é mais do que isso. Apesar de não ser de uma família que carrega sobrenome de banqueiros nem de donos de corretoras, Benchimol foi colecionando conhecidos da área financeira e os transformando em sócios. Aprendeu com figurões de mercado, tomou decisões essenciais para o crescimento da companhia — como a criação da gestora XP Gestão e a compra da Americainvest— e apostou em um formato diferente com os agentes autônomos.

Foi assim que a XP se viu negociando com fundos como General Atlantic e Actis e depois o maior banco privado do Brasil, Itaú Unibanco. Nesses 18 anos de história, a corretora passou de um valor de mercado de uns poucos mil reais para 30 milhões de reais (quando Eduardo Plass quis juntar a corretora à área de varejo da Ágora – atualmente do Bradesco), em seguida, foi avaliada em 114 milhões de reais em 2008 pelos diretores do Itaú. Em 2017, a XP foi avaliada entre 10 bilhões de reais e 20 bilhões de reais (segundo o Credit Suisse).

Em 2018, o Itaú comprou 49,9% da corretora avaliada em 12 bilhões de reais. Agora, a XP pode valer mais que a varejista Magazine Luiza, com valor de mercado que vai de 16 bilhões de dólares 18,8 bilhões de dólares.

 

 

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