Copom eleva Selic para 9,25% ao ano e adota tom ‘hawkish’. Entenda | Invest

Com as expectativas de inflação do mercado acima da meta em 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar em 1,50 ponto porcentual a Selic (a taxa básica de juros) nesta quarta-feira, 8. A taxa subiu de 7,75% para 9,25% ao ano, conforme já havia indicado o Copom na sua reunião anterior, no fim de outubro.

Foi o sétimo aumento consecutivo dos juros em meio a uma inflação que tem se mostrado mais persistente que o esperado e que ainda está em trajetória de alta em 12 meses. A taxa estava em 2% ao ano até março.

“A leitura preliminar do comunicado do Copom aponta que o colegiado do Banco Central vê com preocupação a desancoragem das expectativas e, nesse sentido, adotou um tom mais duro na perspectiva de reverter o quanto antes os efeitos deletérios desta situação”, avaliou André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.

“O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, apontou o Copom no comunicado com a decisão.

Para Perfeito, foi um tom duro que contou com a sinalização de uma alta em igual intensidade na próxima reunião. A combinação de expectativas “menos piores na margem” e perspectiva de queda da inflação em 12 meses já no primeiro trimestre de 2022 apontam que o mercado deve jogar ainda mais para baixo a parte longa da curva de juros, disse.

Com a decisão de hoje, o choque de juros chega a 7 25 pontos porcentuais, o maior em quase duas décadas (desde o ciclo entre o fim de 2002 e o início de 2003). E a Selic alcançou o maior patamar desde setembro de 2017, quando então começou um ciclo de afrouxamento monetário após ter alcançado 14,25% na crise de 2015 e 2016.

Efeitos na economia

O aumento do juro básico da economia se reflete em taxas de juros bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (um período entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.

Com o movimento de aperto monetário, o Brasil voltou a ter uma das maiores taxas de juros real (descontada a inflação) do mundo, atrás apenas da Turquia (+5,83%), considerando 40 das economias mais relevantes do mundo.

Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em +5,03% ao ano. Na terceira posição, aparece a Rússia (+4,23%). A média dos 40 países considerados é de -1,13%.

(Com Estadão Conteúdo)



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