Coronavírus e 1º tri fraco fazem Vale cortar metas de produção para 2020

A Vale reduziu a meta de produção de minério de ferro deste ano para algo entre 310 milhões e 330 milhões de toneladas, ante projeção inicial de 340 milhões a 355 milhões de toneladas, devido a um resultado abaixo do previsto no primeiro trimestre, além de atrasos na retomada de produção em minas e outros impactos causados pelo novo coronavírus.

A produção de minério de ferro da companhia entre janeiro e março somou 59,6 milhões de toneladas, queda de 18% ante um ano antes e recuo 23,9% em relação ao quarto trimestre, ficando abaixo do guidance da empresa de 63 milhões a 68 milhões de toneladas, informou a mineradora em seu relatório trimestral de produção.

O volume menor que o esperado para o primeiro trimestre, segundo a companhia, foi principalmente devido a perdas de 4,5 milhões de toneladas no Sistema Norte, causadas por manutenção não programada em equipamentos da mina gigante S11D, no Pará, condições climáticas e restrições operacionais em Serra Norte.

A empresa também reportou perdas de 1,8 milhão de toneladas no primeiro trimestre por fortes chuvas no Sudeste e perdas de 2,1 milhões por questões operacionais no Sistema Sudeste, principalmente no Complexo de Itabira.

Os efeitos negativos foram parcialmente compensados por um aumento gradual da produção da mina S11D, que deverá produzir cerca de 90 milhões de toneladas em 2020.

As vendas de minério de ferro da Vale, por sua vez, somaram 51,66 milhões de toneladas no primeiro trimestre, queda de 6,8% ante o mesmo trimestre de 2019 e recuo de 33,7% na comparação com os últimos três meses do ano passado.

A produção de pelotas da Vale foi de 6,9 milhões de toneladas no primeiro trimestre, ficando 26,4% e 43,1% menor do que no quarto trimestre e no primeiro trimestre de 2019, respectivamente.

A previsão de produção de pelotas para o ano também foi revisada para 35 milhões a 40 milhões de toneladas, ante 44 milhões anteriormente, principalmente devido à menor disponibilidade de feed de pelotas na planta de Brucutu e a incertezas, a curto prazo, relacionadas à demanda.

Impactos do coronavírus

Para o ano, a empresa prevê impactos na produção de minério de ferro causados por atrasos na retomada de minas, como Timbopeba e Fábrica, que foram paralisadas para uma revisão de segurança após o rompimento de uma de suas barragens em Brumadinho (MG), em janeiro do ano passado.

Segundo a empresa, a pandemia do novo coronavírus “vem atrasando os processos de inspeções, avaliações e autorizações” para a retomada de operações.

A companhia também vê atrasos na implementação de alternativas para a disposição de rejeitos da planta de Brucutu (sua maior produtora de MG), que não deve ser concluída até o fim do segundo trimestre.

Há ainda a perspectiva de impactos adicionais relacionados à pandemia de Covid-19, “associados ao risco de aumento do absenteísmo em diferentes cenários de sensibilidade”, explicou a empresa.

“O volume de vendas da Vale em 2020 pode mudar de acordo com as condições de mercado e a estratégia de margem sobre o volume da Vale, priorizando produtos blendados em seu portfólio e a reposição de estoques em 2020, conforme necessário”, disse a empresa em seu relatório.

Metais básicos

A produção de níquel da Vale somou 53,2 mil toneladas no primeiro trimestre, queda de 2,9% ante um ano antes e recuo de 6,2% em relação ao quarto trimestre.

“O declínio em bases trimestrais… foi devido, principalmente, à sazonalidade e à rotina de manutenção programada no site de PTVI e na refinaria de Matsusaka no primeiro trimestre, juntamente com menor processamento de minério oriundo das operações canadenses e indonésias pelas refinarias de Clydach e Dalian, respectivamente”, afirmou.

A empresa apontou também que o plano para encerrar atividades na refinaria de VNC está avançando conforme planejado e as atividades de refino, responsáveis pelo processamento do feed em óxido de níquel, começaram a desacelerar em março de 2020, o que levará à produção exclusiva de nickel hydroxide cake no site a partir de maio de 2020.

Já a produção de cobre atingiu 94,5 mil toneladas entre janeiro e março, ficando 4,7% e 0,7% acima do quarto trimestre e do primeiro trimestre de 2019, respectivamente, devido, principalmente, aos maiores volumes de Sossego após a parada de manutenção não programada entre outubro e dezembro.

A empresa também reduziu sua meta de produção de metais básicos para o ano, devido a impactos no novo coronavírus, que levaram a ociosidade em Voisey’s Bay e a dificuldades relacionadas a paradas regulares de manutenção.

Assim, a Vale prevê produzir 180 mil a 195 mil toneladas de níquel em 2020, ante estimativa anterior de 200 mil a 210 mil toneladas. Já cobre, a empresa estima de 360 mil a 380 mil toneladas, contra 400 mil toneladas anteriormente.


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