Coronavírus fez 50 ações cair desproporcionalmente — e criou oportunidades

Há uma máxima que diz que os bons investidores compram ações na baixa do mercado e vendem na alta. O problema é como saber qual é o fundo e qual é o topo dos preços e – principalmente – como definir que papéis devem ser negociados. Para ajudar a responder a segunda parte da questão, a equipe da gestora Constância Investimentos fez um levantamento com o desempenho das ações em março, período mais crítico do ano – ao menos, até o momento – quando o Ibovespa caiu 29,9%.

O estudo dividiu 200 ações negociadas na B3 em três categorias: defensivas, que historicamente apresentam uma volatilidade menor do que 30%; neutras, que têm volatilidade entre 30% e 60%, e agressivas com volatilidade acima de 60%. “A expectativa é que a queda [ou alta] dos preços seja compatível com a oscilação característica de cada grupo”, explica Rogério Oliveira, diretor de risco e modelagem da gestora e pós-doutorado em economia.

O resultado da análise, no entanto, foi bem diferente. “O que se viu foi um episódio que acontece a cada 500 anos”, diz Oliveira. Enquanto os papéis mais agressivos oscilaram 75%, os mais defensivos tiveram volatilidade de 25%. “Logo, mantendo a relação de três para um nos preços, a queda esperada das ações defensivas seria de 11%, já que as mais agressivas recuaram 33%. No entanto, a queda foi de 26%. Isso demonstra que não houve critério de venda por parte dos investidores.”

Segundo Oliveira, cerca de 50 ações caíram desproporcionalmente. É o caso dos papéis da Embraer, Sonae Sierra, Mahle (Metal Leve), São Martinho, Porto Seguro, Banco ABC, Bradesco, Santander, Fleury, Arezzo, entre outras. “Todos esses exemplos tiverem quedas de mais de quatro desvios padrões, eventos que estatisticamente não deveriam ocorrer nem em três séculos.”

A gestora, que tem 1,2 bilhão de reais sob gestão, aproveitou os preços baixos para ir às compras. “Estamos em vias de abrir um fundo de previdência, que será multimercado, e um long bias”, acrescenta.

A casa projeta que o Ibovespa vai seguir uma trajetória de alta, mas deve demorar a flertar novamente com os 120.000 pontos. “O que sabemos é que as boas empresas vão prosperar.”

 


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