CPI da Covid marca depoimento de Luciano Hang para próxima quarta-feira

A CPI da Covid aprovou nesta quinta-feira a convocação do empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan. Ele prestará depoimento na próxima quarta-feira. Também foi marcado o depoimento da advogada Bruna Morato, representante dos médicos que denunciaram supostas irregularidades contra o plano de saúde Prevent Senior, para a próxima terça-feira.

Documentos enviados à comissão indicam que o fato da mãe de Hang ter morrido por complicações devido ao coronavírus foi omitido de sua certidão de óbito. Apenas o senador Jorginho Mello (PL-SC) foi contra a convocação do empresário.

A comissão aprovou ainda requerimento para que a Casa Civil da Presidência da República preste informações sobre o processo de solicitação de exoneração do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias em outubro do ano passado. Ele acabou não sendo exonerado na época e deixou o cargo apenas em 2021, após denúncias de irregularidades na compra de vacinas de Covid-19.

Hang é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e defensor do tratamento precoce com remédios comprovadamente ineficazes para Covid-19. A convocação dele foi pedida pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). Na sessão de quarta-feira, Calheiros já tinha defendido a necessidade de ouvi-lo.

Ele atacou várias vezes o comportamento de Hang, em especial quanto à internação de sua mãe. Em vídeo publicado em rede social após a morte da mãe, Hang diz que ela havia chegado ao hospital “assintomática” e com 95% dos pulmões comprometidos. Ele sustenta que ela poderia ter sido salva se tivesse começado a tomar antes o “kit covid” sem comprovação científica. A certidão de óbito, porém, não faz menção à doença.

— Um filho que utiliza dessa forma a sua mãe, trata com covid no hospital, com os medicamentos do tratamento precoce. E nós temos comprovação de que ele recomendou a médicos: olha, escondam que a minha mãe foi tratada com cloroquina para não desmerecer a eficácia do plano. Isso é uma coisa macabra, escabrosa, reprovável, repugnante sob qualquer aspecto — disse Calheiros na quarta-feira.

A advogada Bruna Morato já teve uma reunião com senadores da comissão para repassar mais informações. As denúncias são de que a empresa pressionava os médicos a receitarem remédios sem eficácia e de que usava os pacientes como “cobaias”. Em entrevista ao GLOBO na quarta, Morato disse que o grupo está disposto a ir até o fim para provar que as informações do dossiê são verdadeiras, mesmo com as ameaças que vem sofrendo após a divulgação das denúncias.

— Eles (os médicos que denunciaram) sabem que a nossa vida vai virar um inferno, mas nós não vamos parar. Vamos até o fim para mostrar que a história que a gente contou é verdadeira. Essas pessoas morreram e o que fizeram nos hospitais é terrível — disse a advogada.



Continue lendo

Recomendados

Desenvolvido porInvesting.com
Brasil, Todos

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Menu