CPI ouve motoboy que sacou milhões para empresa com contrato na Saúde

A cúpula da CPI da Covid anunciou que decidiu antecipar para esta quarta-feira o depoimento do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, que sacou 4,74 milhões de reais em espécie da conta da transportadora VTC Log. Segundo o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), Ivanildo confirmou a sua participação e a oitiva é realizada neste momento. O empresário Marcos Tolentino, que iria depor hoje, foi internado sob alegação de sequelas da covid-19.

Ivanildo Gonçalves da Silva vai à Comissão Parlamentar de Inquérito munido de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o permite ficar calado e até mesmo não comparecer à sessão. Contudo, de acordo com Aziz, o motoboy aceitou comparecer ao colegiado, sinalizando disposição em colaborar. “Ivanildo foi o responsável pelos saques de mais de R$ 4,7 milhões e por supostos pagamentos de boletos em benefício de Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde”, continuou o senador.

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Expectativa para o depoimento

Como revelou o GLOBO, registros em posse da CPI da Covid mostram que Ivanildo esteve no Departamento de Logística do Ministério da Saúde em 12 de julho de 2020. Àquela época, a área era comandada por Roberto Ferreira Dias, investigado pela comissão parlamentar por suspeita de irregularidades na pasta.

Procurado, o advogado de Roberto Dias, Marcelo Jorge, disse que Ivanildo é um dos funcionários que entregavam faturas da VTC Log ao ministério da Saúde, o que justificaria sua presença no órgão. Segundo ele, o sistema do Ministério da Saúde não permite o envio do documento por e-mail. Questionada, a pasta não se posicionou.

Ontem, a CPI também identificou que Ivanildo esteve em uma agência bancária de Brasília no momento em que boletos no nome de Dias teriam sido pagos no local, em pelo menos três ocasiões. Para o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), isso é um indício de que houve conluio na pasta e deve ser considerado pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que desobrigou o depoimento do motoboy.

Marcos Tolentino, que iria depor inicialmente, é suspeito de ser sócio oculto da empresa FIB Bank. A empresa é responsável por emitir uma carta-fiança irregular apresentada pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde durante a negociação da vacina indiana Covaxin, cujas irregularidades são investigadas pela comissão.

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