O volume de startups que desenvolvem serviços do sistema financeiro utilizando a tecnologia cresceu no Brasil. As chamadas fintechs tiveram um salto 28%, como mostra a pesquisa Radar FintechLab de 2020. Em junho de 2019, eram 604, chegando a 771 em agosto de 2020. As fintechs estão sendo criadas para solucionar problemas especialmente relacionados com segurança, facilidade na utilização da tecnologia, redução de encargos e outros benefícios para segmentos diversos.
Esse movimento de crescimento já vem sendo percebido há alguns anos, como mostram relatórios anteriores. Em novembro de 2017, 332 fintechs foram registradas; já em agosto de 2018, o número aumentou para 453. O estudo aponta que startups voltadas para pagamento, gestão financeira e empréstimos lideram o rancking no país, com 28, 18 e 17%, respectivamente.
SOLUÇÕES PARA O MERCADO – As fintechs desenvolvem atividades em diferentes frentes, atuando desde a área de câmbio, até investimentos e empréstimos. O crescimento dessas empresas indica um mercado aberto para iniciativas que olhem para segmentos e busquem desenvolver soluções na prestação de serviços. “Os consumidores, de mercados específicos, têm problemas específicos a serem solucionados, que não são atendimentos pelo setor financeiro tradicional. A proposta é atuar com estes nichos e ser mais eficiente na resolução dos problemas”, explica o CEO da SouFan, Wendrius Viana.
A SouFan é uma das fintechs que iniciaram atividades no último ano, contribuindo para o crescimento da atividade. Inicialmente ela surgiu para o mercado de entretenimento, mas percebeu a necessidade de outros segmentos – como de logística e saúde – e expandiu os investimentos. “Para atender estes setores, nós lançamos a unidade Fanbank, que é o nosso banco digital. A nossa empresa oferece soluções como as máquinas de cartão, pagamento via link de pagamento – e através de SmartPOS que carregam créditos -, assim como aplicativo de pagamento e gerenciamento de carteira digital, sistema de gerenciamento de operações e banco digital integrado, com cartão pré-pago, pagamento de boletos e saques”, comenta o vice-presidente de Marketing, Francisco Vilela.
MERCADO DE INVESTIMENTOS – Um estudo apresentado pela Distrito Fintech Report, em 2020, mostra que o setor concentrou mais de 35% do capital investido em startups no ano passado, chegando a 900 milhões de dólares.
Para um dos investidores da SouFan, Valdecio Bombonatto, o crescimento mostra um mercado que se supera diante da crise financeira no país. “O momento exige apostas em inovação e tecnologia, visando um cenário de recuperação do mercado financeiro no país. A ideia é expandir os nichos de atendimento da SouFan, já que percebemos que há espaço para crescer e problemas que ainda esperam por soluções estratégicas”, finaliza.