Apontada como uma das tábuas de salvação da crise hídrica, a termelétrica GNA 1 voltou a funcionar nesta quinta, 23, depois de uma parada por problemas técnicos na segunda, 20, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A GNA I, segunda maior térmica do país, começou a operar na última quinta, 16, como parte dos esforços do governo para garantir o abastecimento de energia elétrica diante da crise hídrica — os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, considerados a caixa d´água do país, estão operando com cerca de 18% da capacidade. A expectativa é que a GNA I, operada pela Gás Natural Açu (joint venture da Siemens, BP, SPIC Brasil e Prumo Logística), possa gerar 1.300 MW.
De acordo com a ONS, o país precisa aumentar a geração de energia em quase 5.000 MW para que não haja racionamento. Especialistas avaliam que mesmo assim não está descartada a ocorrência de blecautes esparsos. “A situação é bastante desafiadora, com o aumento do consumo de energia devido à recuperação econômica e a crise hídrica mais severa dos últimos 91 anos”, diz o economista Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE). “O risco de interrupções ocasionais no fornecimento de energia existe”.
Também faz parte dos planos do governo acionar as térmicas Cuiabá, Uruguiana, Termonorte 1 e Termonorte 2, que juntas têm capacidade para produzir 1.300 MW. A ideia é que comecem a operar em outubro. Mas há um problema.
Com o aumento da demanda mundial por gás natural, com a retomada econômica, o insumo se tornou mais escasso. O rali global deve se intensificar com a proximidade do inverno no hemisfério norte, período em que tradicionalmente há uma expansão do consumo devido à necessidade de aquecimento das residências e ambientes comerciais. O Brasil vem tentando aumentar as importações de gás da Bolívia, por enquanto sem sucesso.
Em outubro, a termelétrica de Fortaleza deve voltar a operar a operar. A usina tem capacidade de geração de 200 MW. Também há a previsão da normalização das operações do gasoduto Rota 1, responsável pelo escoamento do gás natural produzido em plataformas do pré-sal da Bacia de Santos, em São Paulo, em outubro. Com isso, poderão ser transportados 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia, segundo estimativas de mercado.