Déficit das contas deve ir para a casa de R$ 200 bi em 2020, diz Mansueto

Secretário atribuiu mudança da meta à queda de arrecadação e aos gastos extraordinários para garantir recursos à saúde devido ao coronavírus

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira, 19, em entrevista à rádio CBN, que o déficit primário do Brasil deve ir para a casa de R$ 200 bilhões em 2020 ante meta anterior. Antes do pedido de estado de calamidade, a previsão era de cerca de -R$ 124 bilhões.

Ele atribuiu esse salto à queda de arrecadação e aos gastos extraordinários para garantir recursos à saúde e para ajudar na renda da população.

Ele destacou que, há duas semanas, a equipe econômica trabalhava com uma perda de arrecadação da ordem de R$ 30 bilhões devido aos efeitos do coronavírus. Mas com a piora vista nos últimos dias, ele afirmou que a “perda de arrecadação será grande” e que esse número pode “facilmente ser o dobro”, da ordem de R$ 60 bilhões.

Mansueto destacou, porém, a importância de restringir os gastos extras a esse ano. “Temos que encarar de forma adulta que o resultado fiscal será pior. Mas temos que cuidar para que medidas sejam emergenciais e fiquem restritas a esse ano, que tenham caráter realmente emergencial”, afirmou na entrevista.

Garantiu, no entanto, que haverá recursos para todos os municípios e Estados. “Devemos garantir que qualquer município ou Estado terá recurso, independentemente da sua situação fiscal. Podemos fazer transferência fundo a fundo. Foi colocado dinheiro novo, de realocação de orçamento de R$ 5 bilhões, para a Saúde. O que for necessário estará disponível, via Ministério da Saúde, para Estados e municípios. Se for preciso ainda mais, o governo federal conversará e, por meio do Congresso, adotará as medidas que forem necessárias”, continuou, em relação às contas dos Estados.

Situação surreal

Mansueto afirmou ver a situação “surreal” de alguns secretários preocupados em não cumprir o investimento mínimo constitucional com educação. “Mas a preocupação deve ser com recursos para ofertar saúde, e não se vai cumprir mínimo constitucional de determinadas despesas”, disse.

“O ajuste estrutural fiscal dá mais liberdade para alguns recursos, mas no curto prazo o objetivo é garantir recursos para ninguém passar por necessidade ou falta de acesso à saúde”, afirmou, acrescentando que o acompanhamento será diário, “de uma situação de guerra”, com reação rápida.

O secretário do Tesouro disse que o Legislativo tem deixado claro que vai apoiar o governo no combate aos efeitos dessa crise. “Passado esse período, temos que retomar as reformas estruturais que o País precisa”, pediu. “Mas no curtíssimo prazo temos que dar resposta para que ninguém se sinta inseguro nesse ambiente.”

Continue lendo

Recomendados

Desenvolvido porInvesting.com
Economia, Todos

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Menu