Deputados preparam emenda para tirar policiais da PEC que prevê congelar salário de servidores

Deputados bolsonaristas trabalham na Câmara dos Deputados para relaxar efeitos fiscais da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial aprovada pelo Senado na semana passada. O objetivo é preservar forças de segurança — entre elas policiais — de mudanças como a proibição do reajuste salarial. Se der certo, a iniciativa pode atrasar a tramitação do projeto que viabiliza a nova rodada do auxílio emergencial.

A votação da proposta na Câmara está prevista para esta quarta-feira. Para ir direto à promulgação, o texto precisa ser aprovado sem a inclusão de emendas. Do contrário, retorna para análise da outra Casa Legislativa.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou a aliados que pode até aceitar um acordo pela alteração, desde que não haja uma desfiguração completa da proposta original.

Em conversas reservadas, ele chegou a dizer a parlamentares que a proposta não será pautada em plenário se houver muitas modificações. Ainda assim, ele aguarda as sugestões para se posicionar.

Ação da bancada da bala

O apoio nos bastidores do líder do PSL, Major Vitor Hugo (GO), aliado fiel de Bolsonaro, ligou o alerta na Casa de que a mudança pode prosperar. O presidente da bancada da bala, Capitão Augusto (PL-SP), que também participa da articulação, avalia que a alteração faria o texto voltar ao Senado, o que torna as tratativas mais difíceis.

— Vamos tentar tirar os profissionais da segurança. Nossa assessoria está verificando essas possibilidades. Vamos construir esse texto… É melhor um acordo — disse Capitão Augusto ao GLOBO.

Após a votação da PEC no Senado, a União dos Policiais do Brasil (UPB) lamentou, em nota, o “descaso” do governo federal com os policiais brasileiros, acusando o Planalto de não cumprir as promessas de valorização da categoria.

Um dia depois, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) divulgou a apresentação de uma emenda por deputados aliados.

“Essa conta recair sobre os policiais, além de injusto, representa um grande risco para a própria prestação dos serviços de segurança pública, que podem ser afetados diretamente, com a não realização de concursos e contratações”, diz trecho da emenda.

O texto tem como um dos autores o vice-líder do governo na Câmara, deputado José Medeiros (Pode-MT).

— Como estava se propondo (excluir) saúde e educação, nada mais normal do que deixar de ter as forças de segurança, porque esse tripé tem tudo a ver — disse Medeiros.

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