Dimas Covas na CPI: Governo tratou de forma diferente Fiocruz e Butantan

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Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que houve tratamento desigual pelo governo federal nas relações com o instituto ligado ao governo de São Paulo e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que oferta a vacina da AstraZeneca. A resposta foi dada ao senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), que o questionou se, na primeira oferta do Butantan feita ao Ministério da Saúde, havia segurança para o governo comprar a vacina.

“A AstraZeneca foi contratada em agosto, no mesmo patamar (de informações que tinha sobre a Coronavac). Tratamentos ocorreram de forma diferente, pedimos contratação nos mesmos moldes, houve duas formas de entender as vacinas”, afirmou Covas.

Quando uma carta de intenções foi assinada com o Ministério da Saúde no dia 19 de outubro, antes de a negociação paralisar em razão da declaração do presidente Jair Bolsonaro, o Butantan já estava em condições de produção e de receber a vacina, disse o diretor do instituto paulista.

Butanvac

Dimas Covas também afirmou na CPI que o Butantan iniciou conversas preliminares com o governo federal sobre a Butanvac, vacina contra covid-19 que está sendo desenvolvida pelo instituto em parceria com um consórcio internacional. Uma reunião foi realizada na quarta-feira, 26, entre uma diretora do instituto e o Ministério da Saúde.

“Diretora teve ontem uma reunião preliminar com secretário-executivo (do Ministério da Saúde), e já se iniciou uma conversa inicial sobre a possibilidade, mas simplesmente inicial, não houve documentação trocada”, disse ele.

Acompanhe ao vivo:

O depoimento do ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, que estava marcado para esta quinta-feira, será adiado. Ele informou à CPI que ainda está se recuperando, depois de ter sido diagnosticado com covid-19. Os senadores ainda não definiram uma nova data para ouvi-lo. 

Na quarta-feira, 26, a comissão aprovou a convocação de nove governadores e a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do ex-ministro da pasta Eduardo Pazuello. Os dois serão questionados sobre falas que foram desmentidas em depoimentos de outras testemunhas e sobre informações novas que surgiram depois que eles foram ouvidos.

Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentaram requerimentos para chamar Queiroga novamente. O primeiro argumentou que o depoimento anterior “foi lacônico em muitos aspectos, inclusive e sobretudo porque alegou estar há poucos dias na condição de ministro da Saúde”. 

Além disso, o depoimento, segundo Humberto Costa, “foi contraditório em diversos aspectos”. Um deles teria sido quando Queiroga disse que não houve indicação do uso da cloroquina para tratamento da covid-19 durante a gestão dele. O ministério, entretanto, ainda não revogou uma portaria que orienta o uso da medicação, “mesmo sabendo-se que ela não possui eficácia”. 



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