Disputa de bilionários: megainvestidor vende ações da empresa de Buffett

O investidor Bill Ackman vendeu 1 bilhão de dólares de ações do conglomerado Berkshire Hathaway, fundado pelo megainvestidor Warren Buffett, que tem uma fortuna estimada em 70,5 bilhões de dólares. A explicação é que o gestor do fundo Pershing Square prefere buscar papéis que possam apresentar desempenho melhor na bolsa americana no curto prazo.

“Acho que um diferencial que temos em relação à Berkshire é a escala”, disse ontem em teleconferência com analistas. O total vendido representa um décimo do valor que o fundo possui sob gestão.

O movimento chama atenção porque, poucas semanas antes da venda, Ackman havia aumentado a posição na Berkshire – e é bom frisar que esse fundo não costuma trocar seu portfólio com tanta rapidez. Na ocasião da compra das ações, ele afirmou que a empresa foi “construída por Warren Buffett para aguentar um choque econômico global como o atual”. Aliás, Ackman já se referiu a Buffett como mentor em diversos momentos da carreira.

O problema é que o investidor esperava que a Berkshire fizesse algo com o dinheiro que está parado no caixa – leia-se aquisições – como fez durante a crise de 2008. Em vez disso, a cifra só cresce e alcançou 137 bilhões de dólares em março.

Além disso, a Berkshire não está imune aos altos e baixos do mercado, como Ackman acreditava. No primeiro trimestre, a companhia de Buffett registrou perdas de 49,7 bilhões de dólares.

Se por um lado, o fundo Pershing Square dispensou a Berkshire, por outro, aumentou sua participação na Restaurant Brands International – dona das marcas Burger King, Popeye’s e Tim Hortons – e na rede de cafeteria Starbucks.

Para Ackman, que tem uma fortuna pessoal estimada em 1,5 bilhão de dólares, boa parte das ações que compõem o índice S&P 500 ainda estão sub-avaliadas, ou seja, com preço abaixo do seu potencial, ainda que o desempenho de gigantes como Amazon e Facebook tenha puxado para cima o indicador nas últimas semanas.

As estratégias de Ackman o levaram a ganhar 2,6 bilhões de dólares em março com opções que apostavam que o crédito das empresas seria amplamente afetado pela crise do novo coronavírus. Em grande parte por isso, o fundo Pershing Square acumula uma alta de 22% no ano ante uma queda de 7% do S&P 500.


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