Dividendos da Petrobras podem ajudar governo a conter preço da gasolina

A Petrobras está disposta a ajudar o governo, mas não com subsídios aos combustíveis. A empresa vai antecipar o pagamento de R$ 32 bilhões em dividendos a seus acionistas. A maior beneficiada, com R$ 15,4 bilhões, será a União, sócia majoritária da petrolífera. Além disso, a estatal trabalha com o Ministério de Minas e Energia (MME) para criar um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis. A ideia é, com o dinheiro, aliviar os consumidores, que estão pagando cada vez mais caro pelos produtos da estatal, à medida que a cotação do petróleo dispara no exterior.

O incômodo do governo com a política de preços da Petrobras derrubou Roberto Castello Branco da presidência da estatal. Seu sucessor, Joaquim Silva e Luna, assumiu o cargo com a incumbência de atenuar os efeitos da valorização dos combustíveis no orçamento das famílias e, ao mesmo tempo, garantir o retorno financeiro aos acionistas. Diante da persistência da alta dos preços, o presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar sobre a Petrobras nos últimos dias. Ele disse estudar com a empresa a criação de um vale-gás.

“A Petrobras terá um fundo de R$ 3 bilhões para um vale-gás. A proposta está bem avançada. A ideia é dar um botijão de gás a cada dois meses para o pessoal do Bolsa Família”, disse Bolsonaro a uma rádio do Rio Grande do Norte, na última quarta-feira.

A Petrobras nega. A empresa disse que, ao menos por enquanto, está ajudando apenas com ideias, que poderão ser usadas na definição do fundo de estabilização dos preços, segundo o diretor de comercialização e logística da estatal, Claudio Mastella, ao detalhar a analistas as demonstrações financeiras do segundo trimestre, quando a companhia registrou lucro de R$ 42,8 bilhões.

Uma das causas desse resultado é a política de paridade de importação adotada pela empresa, que alinha os seus preços aos do mercado internacional. A diferença, agora, é que ela está demorando mais tempo a repassar ao consumidor as volatilidades externas.

Indiretamente, no entanto, a estatal já está ajudando o governo. Neste mês, vai pagar antecipadamente uma parcela dos R$ 11,6 bilhões em dividendos destinados à União pelo resultado do fechamento de 2021. Considerando outras parcelas já pagas, o Tesouro vai ficar com R$ 15,4 bilhões de retorno pelo controle da estatal. Trata-se da maior distribuição de dividendos pela estatal desde 2018.



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