O dólar teve um dia de perdas contra moedas emergentes, nesta sexta-feira, 9, refletindo o otimismo dos investidores com o anúncio da Gilead, que informou que seu medicamento remdesivir reduziu em 62% a morte por Covid-19. Por aqui, o dólar comercial caiu 0,4% e encerrou sendo vendido por 5,324 reais. O dólar turismo teve variação semelhante e encerrou cotado a 5,62 reais.
“A eficácia do remédio reduz a chance de o sistema de saúde colapsar. O pessoal também perde o medo sair de casa, o que ajuda a economia a voltar mais rápido”, comentou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research. Nos EUA, o medicamento, ainda em fase experimental, teve seu uso autorizado pelo órgão fiscalizador (FDA, na sigla) para casos graves de Covid-19.
Apesar tom positivo no mercado de câmbio, pela manhã, o dólar abriu em alta contra o real, com a maior aversão a risco, após os Estados Unidos voltarem a registrar novo recorde diário de casos de coronavírus
De acordo com o The Wall Street Journal, os novos casos de coronavírus registrados em um único dia superaram 63.000. Por lá, hospitais de estados, como Texas e Califórnia, enfrentam dificuldades para acomodar novos pacientes. Ao todo, o país já tem mais de 3,1 milhões infectados e 133.291 mortos pela doença, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
Os investidores temem que o contínuo avanço do coronavírus nos Estados Unidos prejudique a recuperação econômica, conforme processos de reabertura são adiados em estados mais atingidos pelo vírus.
No cenário interno, as atenções se voltaram ao do IPCA de junho, que ficou em 0,26%, levemente abaixo das projeções de mercado de alta de 0,29% em relação ao mês anterior. Já dados sobre o setor de serviços ficaram muito abaixo do esperado, apontando para uma contração de 0,9% em maio contra o mês anterior. A expectativa era de uma expansão de 5,2%.
“O resultado de serviços tira o peso da probabilidade de manutenção do juro na próxima reunião do Copom. Mas até lá ainda teremos dados do mercado de trabalho brasileiro, que será fundamental para a decisão. Hoje ainda vemos um corte de 0,25 ponto percentual”, afirmou Arthur Mota, economista da Exame Research.