“E-commerce não segura a companhia”, diz presidente da C&A

“Chegaremos em dezembro com toda a operação física funcionando. Acho pouco provável que seja com a força que estávamos em março (antes da pandemia), mas acredito que estaremos poderosíssimos em todos os canais de venda.” Essa é a leitura do presidente da C&A, Paulo Correa. Para ele, o problema não é o dia em que as lojas vão reabrir, mas quando as pessoas vão se sentir seguras para voltar a frequentar esses espaços. “O pior de tudo é a falta de coordenação entre as esferas federal, estadual e municipal. Poderia ser muito mais coordenado e, em tese, deveria trazer resultados melhores do que os que vimos até agora. Essa descoordenação faz o nosso ciclo ser mais longo do que o de outros países. Isso é lamentável.” Confira principais trechos da entrevista.

O plano de investimentos do grupo foi alterado?

O digital já estava no nosso programa, mas imaginávamos que chegaríamos a uma parcela do faturamento de dois dígitos em três anos. Isso aconteceu em três semanas. A aceleração foi forte, mas porque havíamos preparado várias coisas. Já tínhamos o “ship from store” (vendas de produtos de lojas físicas feitas pela internet) em 80 lojas. Aos poucos, fomos reabrindo essas lojas no formato “dark” (quando a loja é fechada ao público, mas funciona como um centro de distribuição). Assim, esse formato, que representava 5% do e-commerce, hoje é de 55%. Tínhamos vários projetos de lojas físicas engatilhados que não pudemos tocar. Esses gastos devem escorregar para o ano que vem, o que liberou investimentos. As reformas de lojas também foram postergadas. Tudo isso permitiu acelerar projetos de online. Nosso investimento nessa área vai ser duas vezes e meia, quase três vezes o que era planejado no início do ano. Ninguém imaginava que cresceríamos tanto. Tivemos picos de 800% de crescimento de vendas. Nem na Black Friday foi assim. Desde o dia 15 de março, todo dia é Black Friday.

As margens de lucro não são menores no e-commerce?

As margens do online são um pouco menores em razão do espírito promocional mais agressivo do segmento. Mas a diferença não é tão grande assim.

Como a C&A vai chegar ao fim do ano?

Vamos chegar em dezembro com toda a operação física funcionando. Acho pouco provável que seja com a força que estávamos em março (antes da pandemia), mas acredito que estaremos poderosíssimos em todos os canais de venda. Como nunca poderíamos ter imaginado quando tudo isso começou.

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