É possível disputar títulos devendo R$ 900 mi? O Corinthians diz que sim

O Corinthians é uma potência do futebol brasileiro. Dono da segunda maior torcida do país, atrás apenas do Flamengo (embora alguns torcedores mais fanáticos do Timão argumentem que a ordem é inversa), o clube detém sete títulos do Campeonato Brasileiro, uma Libertadores da América e dois Mundiais da FIFA. Seu último título de expressão, no entanto, foi em 2017, ano em que foi campeão brasileiro pela última vez.

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Esse desempenho esportivo abaixo das expectativas da torcida coincide com uma crise financeira severa. Desde 2014, o balanço corintiano só ficou no azul em um ano, justamente em 2017. Em 2019, o prejuízo operacional chegou quase a 98 milhões de reais, o déficit total no período foi de 177 milhões e a dívida líquida alcançou 652 milhões, para uma receita líquida de 354 milhões de reais. Esse endividamento, segundo Wesley Melo, diretor financeiro do clube, cresceu e já está na casa dos 900 milhões.

Para recuperar a saúde financeira, o presidente do Corinthians Duílio Monteiro Alves determinou que um plano de reestruturação da gestão fosse elaborado. Melo está à frente desse desafio e terá a seu lado a consultoria Falconi, fundada por Vicente Falconi, renomado consultor, famoso pelas táticas para aumentar a eficiência das empresas. “Nosso objetivo é mudar a mentalidade do clube”, disse Melo, em encontro com jornalistas em que anunciou a contratação da consultoria. “A Falconi vai nos ajudar a encontrar ineficiências e, principalmente, canalizar os investimentos para o lugar certo.”

Nesse “lugar certo” está, definitivamente, o futebol. O diretor financeiro reconhece que um desempenho ruim no esporte afeta o financeiro. E dá exemplos. No Brasileirão 2020 (encerrado em 2021 por causa da pandemia), o Corinthians ficou em 12º lugar. Uma vitória na última rodada poderia deixar o time na oitava posição. O Timão, no entanto, empatou em 0 a 0 com o Internacional. “Por causa disso, perdemos 5 milhões de reais”, diz Melo.

Arrumar esse vestiário do time financeiro não será fácil. Segundo uma análise feita pelo banco Itaú BBA, do balanço de 2019, o Corinthians entrou em um ciclo perigoso de descontrole dos custos, que coloca sua gestão em uma verdadeira corda bamba. As receitas são boas — o contrato com a televisão é um dos maiores do país e a publicidade atingiu um ponto muito próximo do potencial do clube.

O problema está nas despesas, que crescem em ritmo “alucinante”, de acordo com o banco. “Isso força o clube a buscar solução na venda de atletas. É um roteiro típico daqueles filmes de catástrofe: tudo está bem quando tudo está bem. Daí, no ano em que não há vendas relevantes de atletas, pronto, a situação desanda”, aponta o relatório do Itaú BBA.

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