É uma situação sem precedentes, diz Ruy Kameyama, CEO da brMalls

O varejo brasileiro precisa e precisará se reinventar por conta da crise do novo coronavírus. Em entrevista com Ruy Kameyama, CEO da BRmalls, Pierre Berenstein, CEO do Outback, e Hector Nuñez, CEO da RiHappy, o exame.talks desta quarta-feira (22) aborda o processo de transformação digital das grandes varejistas brasileiras de diferentes setores e as novas formas de comprar e vender. Seja no mundo físico ou no digital.

Para Ruy Kameyama, CEO da brMalls, o varejo brasileiro “está vendo uma situação sem precedentes”. A companhia que teve sua operação paralisada em todo o país durante quase um mês só começou a realizar a reabertura parcial de suas unidades nas últimas semanas, com shoppings reabertos em Caxias do Sul e em Campo Grande.

“Vimos a necessidade da importância de um plano de reação rápida”, afirma Kameyama. O executivo diz ainda que a crise também acelerou a transformação digital da brMalls. “O e-commerce no Brasil precisa se desenvolver através do varejo físico.”

A RiHappy entendeu que levar o mundo físico para era o caminho a ser seguido. A empresa apostou nas darkstores, lojas que não recebem clientes, mas que servem apenas para o abastecimento da operação online, funcionando como pequenos centros de distribuição. Mais de 20 lojas físicas da companhia foram adaptadas para este modelo.

“Entramos na crise pensando em como iríamos cuidar das nossas pessoas, como iríamos nos inserir na vida dos consumidores e como iríamos cuidar da saúde financeira da companhia”, diz Nuñez.

Para Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail, a transformação digital não pode ser resumida apenas na abertura de uma loja online ou na digitalização de um negócio físico. “O processo de transformação do varejo já vinha acontecendo e se baseia em uma profunda mudança comportamental e cultural nas formas que as empresas servem seus clientes”, afirma.

“Não é só ter um e-commerce ou uma loja. É a junção dos dois ativos. A loja vai passar por uma transformação. Vai ser onde o consumidor terá uma experiência e onde vai servir como um centro de distribuição”, diz Nuñez.

O Outback dá um exemplo neste ponto. E a aposta é na personalização da experiência. Por exemplo: o pão australiano oferecido gratuitamente nas redes do restaurante é enviado como cortesia nos pedidos pelo delivery. Mas não é só isso, ele vai acompanhado de uma carta com instruções de como transformar a residência do cliente em um ambiente similar ao Outback com dicas como reduzir a luminosidade da sala e acessar a playlist musical do restaurante em um serviço de streaming.

Segundo Pierre Berenstein, CEO da rede, fazer isso exigiu uma mudança rápida de foco na operação da companhia. O plano para operacionalizar o delivery, previsto para ser realizado em 10 meses, precisou ser acelerado e concluído em 10 dias. “A pandemia acelerou muito o projeto de digitalização”, diz Berenstein. “Digitalizar não é se afastar do consumidor, mas aproximar mais a cadeia como um todo.”

 

 


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