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Em mais uma semana tensa, mercado vai testar limites do dólar

Especialistas em câmbio dizem que a demora da intervenção do BC para conter o dólar é parte de uma estratégia do governo para manter a moeda americana alta

Começa mais uma semana tensa no mercado de câmbio brasileiro. Depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, salientar na semana passada que o dólar na casa de 4 reais é o novo normal e de o Banco Central intervir no câmbio quando a moeda encostou na cotação nominal máxima histórica de 4,38 reais, na quinta-feira, 13, o mercado tentará entender nesta semana quais são os limites do governo para esta flutuação.

Especialistas em câmbio dizem que a demora da intervenção do BC – a última atuação antes de quinta havia se dado em 26 de dezembro – é parte de uma estratégia do governo federal que não estava totalmente explícita. Na semana passada, Guedes afirmou que o dólar mais alto é bom porque incentiva as exportações e contribui para a substituição das importações. “É melhor termos juros a 4% e câmbio a 4 reais do que câmbio a 1,80 real e juros de 14%, nas alturas”, disse.

Para Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, as afirmações do ministro incentivam a especulação no mercado futuro de dólar, puxando a moeda para cima. “Deixar o dólar nas alturas para compensar a perda de produtividade da indústria é um erro. Já vimos esse filme antes”, diz Nehme. “O dólar alto pressiona a inflação.”

Somados à tentativa de ajudar o setor produtivo, outros objetivos não declarados têm feito o governo reduzir os juros e permitir que o câmbio suba, na opinião de Nehme: diminuir a taxa de carregamento da dívida pública e impulsionar a valorização das reservas cambiais. “O governo quer superar o estigma de que o Brasil é um país ‘caro’, seja na bolsa, seja para investimentos na infraestrutura no momento em que idealiza o programa de privatizações”, diz o economista.

Além do nervosismo interno, o dólar tem sido impactado nas últimas semanas pela preocupação com o coronavírus. Segundo Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da corretora Ourominas, os investidores seguem atentos ao número de infectados e aos efeitos que o surto deve ter na economia chinesa. “Com a China parada, há uma estagnação na economia global”, diz.

Nesta segunda-feira, 17, o movimento no mercado de câmbio brasileiro deve ser esvaziado por causa do feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos. A partir de amanhã, o rumo da moeda americana pode ficar mais claro.

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