Empresário confessa ter pagado cerca de R$ 1 milhão a Witzel antes da campanha de 2018

O empresário Edson Torres, apontado como operador financeiro do Pastor Everaldo, presidente do PSC preso desde agosto do ano passado, reafirmou nesta quarta-feira (13) ter pagado R$ 980 mil ao então juiz federal Wilson Witzel antes da campanha eleitoral de 2018. Segundo Torres, o objetivo era garantir a “subsistência” caso Witzel não fosse eleito para o governo do estado. Ele disse que o empresário Victor Hugo Barroso, também preso na Operação Tris in Idem, em agosto, também contribuiu com os valores, pagos antes da desincompatibilização de Witzel do cargo, em abril de 2018.

— Durante esse periodo, antes da desincompatibilização dele como juiz federal, nós fizemos um caixa de subsistência, para o caso de ele não ganhar a eleição, de um valor de aproximadamente R$ 1 milhão, que chegou a R$ 980 mil, que foram pagos antes de desincompatibilização. Foram pagos em algumas parcelas — contou.

Torres já havia confessado participação nos esquemas ao Ministério Públco Federal, e está repetindo todas as afirmações em seu depoimento no Tribunal Especial Misto nesta quarta-feira.

O empresário afirmou que participou da indicação de Edmar Santos para o cargo de secretário de Estado de Saude ainda no período de transição, no fim de 2018, e que também foi consultado por Edmar para a nomeação de Gabriell Neves como subsecretário executivo da pasta, no início de 2019. Gabriell também é acusado de operar desvios em contratos na saúde.

Desvios de 3% a 6%

Segundo Torres, o grupo ligado a Everaldo desviava entre 3% e 6% de contratos na Saúde, incluindo Organizações Sociais contratadas pelo estado. Esse grupo teria arrecadado entre R$ 50 e R$ 55 milhões em propinas, que eram divididos entre os envolvidos:

Da arrecadação que se fez, no período de 2019 até maio ou junho de 2020, o percentual girava em torno de 15% comigo, 15% (com o empresário) victor hugo, 30% com edmar, e 40% para everaldo, que repassava para a estrutura de governo.

Torres, no entanto, não soube dizer como Everaldo distribuía sua parte, nem se o governador Wilson Witzel era beneficiário das propinas. Ele também não soube dizer se a OS Iabas, contratada para fazer hospitais de campanha no início da pandemia, pagou propina, mas disse que a organização teria feito tratativas com o empresário Victor Hugo Barroso

— Em 2020, por causa deste contrato novo, passou-se a conversar com eles, o pessoal do Victor Hugo, mas eu não sei se houve propina em cima desses novos contratos.

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