Empresas perdem R$ 284 bi desde o anúncio do Auxílio Brasil de R$ 400

Após meses de volatilidade no câmbio e na Bolsa na esteira dos riscos fiscais do país, o mercado derreteu nesta quinta-feira conforme o rombo no teto de gastos se torna cada vez mais uma realidade. As empresas que compõem o Ibovespa acumularam perdas de R$ 284 bilhões em valor de mercado desde o anúncio do Auxílio Brasil de R$ 400 pelo presidente Jair Bolsonaro, na última terça-feira.

O Ibovespa fechou em queda de 2,75%, aos 107.735 pontos, um dia depois de o ministro Paulo Guedes confirmar que parte do Auxílio Brasil, programa que vai beneficiar o Bolsa Família, será paga fora do teto de gastos.

O dólar comercial encerrou o dia em alta de 1,92%, cotado a R$ 5,6651, depois de ter atingido o patamar de R$ 5,68 durante a tarde.

A moeda não tinha uma cotação de fechamento acima dos R$ 5,60 desde o dia 15 de abril quando atingiu a casa dos R$ 5,6241.

Declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o pagamento de uma “ajuda” aos caminhoneiros como compensação pelos reajustes recentes no preço do diesel e as negociações para a revisão do teto
também intensificaram o clima pesado nos mercados.

Em seus piores momentos no dia, a Bolsa chegou a cair mais de 4%. O índice não fecha abaixo dos 110 mil pontos desde o dia 20 de setembro, quando ficou em 108.844 pontos.

— Hoje é um aprofundamento do que já vínhamos vivendo há alguns meses. Perdeu-se o tato da âncora fiscal, que é o teto de gastos. A fala do ministro Paulo Guedes, ontem, que foi entendida como uma licença para gastar, somou-se à deterioração do risco macroeconômico, afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus.

Ele complementa:

— O mercado havia precificado várias reformas e uma melhora da inflação e da arrecadação no segundo semestre, e nada disso ocorreu. As declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre os caminhoneiros ajudaram a piorar a situação.

Em meio a esse cenário, a Órama Investimentos reviu as projeções para o Ibovespa no fim do ano.

“Diante dos ruídos associados ao novo programa Auxílio Brasil, que coloca em xeque a nossa âncora fiscal (teto dos gastos), decidimos reduzir a estimativa para o índice no final do ano para o intervalo entre 118 e 120 mil pontos, tendo como premissas um cenário conservador de múltiplo P/L, os lucros projetados para as empresas de 15% no segundo semestre e as incertezas sobre a manutenção do arcabouço fiscal”, informou a corretora em relatório.



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