Entrevista: agro que não desmata precisa mostrar que Macron está errado

A rusga entre o governo brasileiro e o presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a virar notícia nesta semana, após Macron dizer que “continuar a depender da soja brasileira seria ser conivente com o desmatamento da Amazônia“.

Nesta quinta-feira, 15, o presidente Jair Bolsonaro respondeu afirmando que o francês fala “besteira” sobre o tema, enquanto o vice Hamilton Mourão havia dito dias antes que Macron não entende da soja brasileira.

No fim, nenhum dos dois lados está certo, defende Raoni Rajão, professor de gestão ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com anos de pesquisa sobre o desmatamento e o agronegócio no Brasil e na Europa, Rajão é um dos autores do estudo “As maçãs podres do agronegócio brasileiro”, publicado na revista Science.

O estudo aponta que um quinto das exportações de soja da Amazônia e do Cerrado à UE têm rastro vindo de áreas de desmatamento ilegal, muitas desmatadas anteriormente à plantação. Mas reitera que esse tipo de situação vem de uma minoria: só 2% das fazendas são responsáveis por mais de 60% do desmatamento ilegal. 

Ao todo, a venda de produtos agropecuários brasileiros ao bloco europeu somou 16 bilhões de dólares em 2019, fazendo da UE um dos principais destinos das exportações brasileiras.

“É uma minoria dos produtores que desmata, mas que, por algum motivo, contam com o silêncio complacente dos bons produtores”, diz Rajão. “Quem está desmatando quer fazer agropecuária de rentabilidade baixíssima. Não é isso que vai aumentar nosso PIB agrícola.” Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

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