Estados Unidos: à espera de novo tombo no emprego

Novo epicentro mundial do surto do coronavírus, os Estados Unidos acompanham alarmados dois indicadores: o crescente número de mortos e contaminados no país e a deterioração da taxa de emprego. Na quinta-feira, será divulgado o novo dado de solicitações de auxílio-desemprego. A expectativa é de mais uma enxurrada de pedidos.

Na semana encerrada em 28 de março, os pedidos de auxílio-desemprego no país atingiram um novo recorde: 6,6 milhões, o dobro dos solicitados na semana anterior. Foram cortados 701.000 postos de trabalho em março nos Estados Unidos. Os números surpreenderam os analistas, pois as medidas de isolamento nas cidades americanas começaram a se intensificar apenas no final de março.

Os novos dados de desemprego, portanto, deverão capturar plenamente o impacto da quarentena em todo o país. Os Estados Unidos vinham de uma forte tendência de geração de emprego nos últimos meses, o que fez com a taxa de desemprego chegasse a 3,5%, o menor patamar em 50 anos.

Agora, com o surto do covid-19, a taxa disparou e deve estar próxima de 13%, segundo especialistas, alcançado o ponto mais alto desde a Grande Depressão, nos anos 20. E está aumentando a uma velocidade nunca vista na história americana.

O economista Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, acredita que o quadro ainda pode piorar. Ele acredita que a parada repentina da atividade econômica pode elevar a taxa de desemprego nos Estados Unidos para 20% até o final de abril.

“Esta não é uma recessão convencional. É mais como um coma induzido por medicamentos, onde você interrompe temporariamente grande parte da atividade do cérebro para ter a chance de se curar”, publicou o economista em sua conta do Twitter.

A rápida deterioração do mercado de trabalho e da atividade econômica tem levado os analistas a refazer as previsões para a economia americana. A agência de classificação de risco Fitch Ratings projeta agora uma queda de 3,3% no PIB americano em 2020.

A agência também revisou as estimativas para a zona do euro, -4,2%, e para o Reino Unido, -3,9%. A recuperação da China, após um primeiro trimestre com as atividades completamente paradas, deverá ser impactada pela recessão nos outros países. Tudo isso levará a uma queda de 1,9 no PIB global em 2020.

Infelizmente, as revisões não devem parar por aí. Quanto mais longa for a epidemia de covid-19 nas maiores economias do mundo, maior será o impacto para o PIB global.


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