Expansão e novas marcas: os planos da Hope para 2020

Calcinhas, biquínis e um crescimento anual de 10%. A Hope está com grandes planos para 2020, que incluem aberturas de lojas, crescimento de novas marcas e abertura de uma nova fábrica.

Com 198 lojas hoje, a Hope planeja abrir 30 novas unidades em 2020. Dessas, 12 já estão contratadas pelos franqueados. “Vemos que há muitos novos empreendedores interessados e a busca por franquias cresceu”, diz Sandra Hara Chayo, diretora de marketing e estilo. Além das franquias, a empresa irá abrir uma loja própria. A unidade conceito será inaugurada em abril no shopping de luxo JK, em São Paulo.

A Hope também está retomando sua expansão internacional. São duas lojas no Paraguai e, em 2020, o plano é abrir mais três franquias na América Latina e duas em Portugal. Não é a primeira experiência da Hope no exterior. A empresa exporta para 18 países e chegou a ter três lojas em Portugal e duas em Israel – essas ainda existem, mas se transformaram em multimarcas. 

Sandra Hara Chayo, diretora de marketing e estilo da rede de lingeries Hope

Sandra Hara Chayo, diretora de marketing e estilo da rede de lingeries Hope (Hope/Divulgação)

Novas marcas

Para 2020, a Hope também planeja expandir suas duas marcas mais novas. São a Bonjour, a marca voltada para lojas multimarca criada em 2015, e a Resort, de moda praia e fitness, inaugurada em 2017.

A Hope começou sua história, há 54 anos, vendendo apenas em lojas multimarca, até que em 2005 decidiu investir em franquias e no comércio eletrônico. Assim, a Bonjour é uma forma de reforçar a presença no mercado multimarcas, abrandada nos últimos anos. A coleção Bonjour já representa 10% das vendas e está presente em 600 pontos de venda multimarcas.

Além de vender nas lojas tradicionais da Hope, a Resort conta com cinco lojas próprias, três em São Paulo, uma no Rio de Janeiro e uma em Foz do Iguaçu e está presente em lojas multimarcas espalhadas pelo Brasil. Em 2020, serão abertas mais 10 novas lojas da marca no país.   

A Resort representa 8% das vendas. Apesar de ser uma coleção mais nova, o tíquete médio é maior – se as peças de lingerie custam em média 80 reais, as peças fitness estão na média de 180 reais.

Nova fábrica

A empresa ainda está construindo uma nova fábrica, com inauguração prevista para junho deste ano. A nova planta, construída ao lado da sede industrial em Maranguape, no Ceará, irá acrescentar 19 mil metros quadrados à antiga, chegando a 33 mil metros quadrados. 

A capacidade de produção será multiplicada por três, para dar suporte à expansão. Hoje, 80% da produção é própria.

A Hope, que já teve uma fábrica de fiação e malharia, hoje atua apenas na confecção. Atualmente, está pesquisando um novo tecido biodegradável, que se decompõe quando em aterro. A ideia é usar o tecido na coleção de básicos para reduzir a pegada ambiental da marca, já que a indústria têxtil é a segunda que mais polui no mundo. 

O investimento na fábrica foi de 8 milhões de reais. A Hope também investiu, no mesmo período, 2 milhões de reais em tecnologia.

Segunda geração

As novidades não serão vistas pelo fundador da marca, Nissim Hara, que faleceu em janeiro deste ano. 

Agitado e criativo, Nissim sempre acompanhou de perto o dia a dia da empresa. Estava lá mesmo depois que suas três filhas, a segunda geração da gestão familiar, passaram a ocupar cargos na diretoria da companhia e depois que a empresa se profissionalizou, com a criação de um conselho profissional de administração em 2018 e a contratação de diretores de mercado.

José Luis Fernandes, que atuava como consultor externo para a empresa desde 2006, se tornou o CEO em 2018.

A família continua presente na direção. Além de Sandra, suas duas irmãs também fazem parte da diretoria. Daniela Hara Shalev atua como diretora comercial da marca Bonjour e Karen Hara Sarfaty é diretora administrativa. “Nos preparamos para a transição e para profissionalizar a empresa. Mesmo assim, a presença da família preserva a marca e o propósito”, diz Sandra.

Nissim começou a trabalhar cedo. Perdeu os pais aos 12 anos e, para sobreviver, vendia tudo que encontrava pelas ruas de Beirute, capital do Líbano, onde nasceu. Nos anos 50, para fugir das guerras, Nissim foi tentar a vida na Europa, passou pelos Estados Unidos, Rio de Janeiro e Belém antes de se estabelecer em São Paulo. 

Começou a produzir, costurar, tingir e vender calcinhas. Esse empreendimento decolou e se transformou em uma empresa com produção média de 8 milhões de peças por ano, em todas as marcas do grupo. 

“Se eu fosse obrigado a pagar hora extra para mim mesmo, a minha empresa já teria falido há muito tempo”, disse ele à Exame em 2016, na época com 80 anos.

Com mais de meio século, a Hope mantém a base da gestão de Nissim, com novas ideias e negócios incentivando o crescimento.

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