“Falaram que voaríamos de cabeça para baixo”, diz presidente da Itapemirim

O Grupo Itapemirim ignorou a crise da aviaçãoe uma recuperação judicialao criar uma nova companhia para disputar com Azul, Gol e Latam. Mas qual será a fórmula do sucesso? Segundo Sidnei Piva, presidente e responsável pela empreitada, além de aproveitar a marca conhecida pelos brasileiros, bastará retomar ao padrão de serviço que era oferecido nas últimas décadas pelas rivais.

Por isso mesmo, quando a Itapemirim Transportes Aéreos começar a venda de passagens na sexta-feira (21), não haverá cobrança pela marcação de assento ou despacho de bagagens com até 23 kg. “Não é só neste momento. É definitivo: não vamos cobrar”, diz Piva. Não a toa, há quem compare a novata à Varig, que foi referência no setor, mas acabou quebrando financeiramente.

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A companhia aérea começará as operações em oito cidades: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Guarulhos (SP), Porto Alegre (RS), Porto Seguro (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). E, até mês de agosto, serão incluídas Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Natal (RN), Maceió (AL), Recife (PE) e Vitória (ES). Pelo projeto, a novata terá 35 destinos até junho do ano que vem.

Serão realizados diferentes voos inaugurais, sendo o primeiro no dia 29 de junho, só para convidados e com renda revertida a instituições beneficentes – e, depois, haverá uma celebração para cada destino. Já as operações comerciais começam no dia seguinte, 30 de junho. De acordo com o próprio presidente, os preços devem estar na média das rivais, com vantagem no serviço.

Por enquanto, a frota será formada apenas pelo Airbus A320 ceo – também operado pela Latam – com a configuração de 162 assentos, exatamente como na finada Avianca Brasil. E também está previsto o uso do A319, modelo um pouco menor. Com duas aeronaves já disponíveis e plano de chegar a dez unidades até dezembro (e completar a frota de 50 unidades em só doze meses).

Confira a entrevista completa com Sidnei Piva, presidente do Grupo Itapemirim

O que motivou a criação da Itapemirim Transportes Aéreos? É considerada uma divisão do grupo ou é uma empresa totalmente nova?

“É uma divisão, mas é uma nova empresa. É uma divisão, porque a gente entende que o grupo tem essa proposta de intermobilidade, com diversos modais ‘conversando’ um com outro. Por outro lado, é uma nova companhia, que vem totalmente separada das outras, com outro CNPJ.

Nossa motivação começou no fim de 2016 para 2017. Naquele momento, os custos de uma companhia aérea eram muito altos e, além disso, o projeto começou com a Bombardier, mas, no meio [do processo] eles foram vendidos para Airbus e nossa ideia acabou ficando desfigurada.

Não deu para dar continuidade, porque o investimento maior era da Bombardier. Mas o sonho não acabou: diminuímos a equipe, trabalhamos e aperfeiçoamos o plano. Pensamos em uma companhia regional e pequena, mas fomos modificando à medida que o grupo rodoviário começou a ter ascensão dos negócios.

Na pandemia, ficou um grande vácuo no mercado no mundo inteiro. Todos setores de transporte ficaram parados e surgiu a oportunidade de negócio. Já tínhamos o conceito de investimento e fomos buscar oportunidade.

Conseguimos montar todo o processo em uma qualidade superior de aeronave e isso nos deu a possibilidade de criar uma companhia de grande porte para atender todo país. Optamos pela Airbus e começamos a trabalhar todo o processo de evolução”.

Então, com CNPJ separado, essa empresa fica isenta das questões relacionadas ao processo de recuperação judicial que o Grupo Itapemirim enfrenta?

“Totalmente. Apesar de que a recuperação judicial se torna insignificante agora. Neste mês, sairemos. Porque é o tempo estipulado por lei para fazer o levantamento. Então, o Grupo Itapemirim, a partir do dia 24, já não terá mais o título de recuperação judicial, que é muito importante, e já será considerada uma empresa saindo do processo. Isso é importante, porque mostra o sucesso da companhia e a credibilidade, para os investidores, por entender que a empresa fez um trabalho sério na recuperação judicial.

É uma das poucas empresas que entraram em uma grave crise em 2016 e que saem como um dos maiores cases de sucesso em 2021. Na verdade, é a única que conseguiu esse grande feito. Saímos abaixo da linha vermelha em termos de riscos e chegamos, agora, como empresa desejada e procurada por diversos grupos de investimento.

É muito gratificante. Tem que ser exaltado por todos os brasileiros porque vem de competência, trabalho e dos fundos internacionais de acreditaram no projeto da Itapemirim. Entenderam que o projeto é viável e que o país também. [Eles] vêm colocando aeronaves a disposição e investindo. Isso deixa satisfeito, porque não é todo dia que diz que uma empresa brasileira recebe tantas oportunidades como agora”.

Você disse que no dia 24 de maio acaba o processo de recuperação judicial. Isso significa que toda a dívida com credores já terá sido quitada até esse prazo?

“Não será quitada. É assim que funciona: dia 24 é o período por lei da suspensão. Posso pedir suspensão da recuperação judicial e da observação judicial, mas ainda tenho compromissos de parcelamento. Mas é muito insignificante para momento atual do Grupo Itapemirim, que está em dia com as obrigações. Mas ainda há muitas questões que precisam de aval da justiça para o pagamento de todos os credores gradativamente. É um número muito reduzido de pessoas.

Essa recuperação judicial será levantada no dia 24 com toda tranquilidade, porque estamos em dia e com tudo correto. É um case de sucesso. Porque sair de uma recuperação judicial já é uma grande vitória, mas, no caso da Itapemirim não é só sair, já que poucas saem com sucesso, mas sair com sucesso de credibilidade e ainda lançar uma companhia aérea, uma das poucas ou única de grande porte no mundo durante o período de pandemia. É muito gratificante.

Recuperação judicial nunca foi tratada dentro do grupo como uma recuperação judicial durante a minha gestão, mas como reestruturação financeira, principalmente de governança. E o resultado é sair com uma companhia aérea forte, estruturada e que dispute todo território nacional.

Expectativa para voo no dia 29 de junho é enorme. Vamos vender para todo período até junho do ano que vem e, hoje, o que recebemos é interesse de diversos estados e pessoas que querem estar sempre entre esses primeiros voos. Querem fazer parte da história. É momento de euforia, expectativa, mas de realização porque consolidamos e montamos uma das maiores companhias aéreas do Brasil.

Serão diversos voos de primeiro pouso porque nossa intenção é fazer com que mais gente participe do momento histórico. Serão seis voos para que isso ocorra, porque não poderia ser só com 162 pessoas. Terá o primeiro, de São Paulo (SP) a Brasília (DF). Então haverá um pouso em cada capital, porque é importante dar essa experiencia. É uma companhia que tem história e que vai fazer história. É um fato histórico”.

De onde vêm os investimentos para a companhia aérea?

“É dinheiro árabe. São dois fundos, que têm confidencialidade porque investem em outras companhias do mundo. E o dinheiro foi utilizado e será utilizado estamos muito sólidos no que diz respeito às finanças para futuro e para investimento. Mas não são só esses fundos. Devido à multimodalidade com rodovia, ferrovia e aviação, isso começou a ficar atrativo para o mercado. Fala de mobilidade e fala de infraestrutura. Então, acaba sendo modelo de investimento do mundo.

Hoje, dois dos itens mais procurados para investimentos são mobilidade e infraestrutura. No Brasil, graças à grande quantidade de privatização que está acontecendo sejam federais ou estaduais, como é o caso de SP, desperta o olhar dos investidores não só daqui.

E, com a companhia aérea, com proposta de ser muito diferente do que se tem hoje e ainda com potencial de modalidade diversificada, eles entendem que é um case para ser investido. Porque coloca em uma única marca, mas tem diversas cestas de investimento e pode colocar dinheiro com segurança.

Isso nos possibilita ficar mais felizes ainda porque o projeto deu certo e importante, já que vamos lançar a venda de passagens. Não é só confiança do mercado financeiro para colocar mais dinheiro, para melhorara ainda mais. Mas a expectativa do público, do cliente que sonha em ter uma companhia aérea digna do dinheiro que ele paga”.

Quais serão as diferenças em relação às companhias aéreas que atuam hoje?

“Diversas. Algumas nem posso contar. Mas, principalmente e muito bem anunciado, na origem: a cor já é um diferencial, porque maioria escolhe o branco pela economia de combustível e outros motivos. Resolvemos não deixar de lado a história da empresa e investimos para modelar o avião, pintar nas cores de 67 anos de tradição.

Na parte interna, focamos em conforto. Abrimos mãos de alguns assentos, reduzimos capacidade da aeronave e adequamos para 162 lugares. Isso traz conforto 30% maior que nas companhias aéreas de hoje. E não só nas primeiras fileiras, mas da primeira à última. Não importa em qual local comprou assento. Tem diferencial de ter conforto maior. Outro grande diferencial é não ter cobrança da bagagem de 23kg, que é significativa e, hoje, as companhias veem como receita. Nós vemos como conforto. Não é só neste momento. É definitivo: não vamos cobrar.

Em todas as pesquisas ao longo do trabalho para oferecer a melhor companhia, uma das principais reclamações é em relação à bagagem e o transtorno que causa dentro da cabine. Então, nós queremos transmitir para o cliente que pode vir com mala, que pode despachar com tranquilidade e vai entrar no avião com conforto, não só das poltronas, mas na disputa de espaço no bagageiro. Isso é crítico e acontece em todo o mundo.

Adequamos todos os pensamentos e custos para possibilitar isso. É um diferencial gigantesco, além do atendimento personalizado, que é mais humanizado. Principalmente na época de pandemia, deixamos de ter contato próximo, não só com familiares, mas com amigos. Queremos colocar esse sentimento de amizade e família na aeronave. Tratar cliente como realmente do nosso convívio, para ter tranquilidade. Ideia é fazer sentir prazer ao viajar e não ter expectativa, mas só começar jornada depois da chegada”.

Qual é a previsão de faturamento no primeiro ano de operação?

“De junho a junho, no primeiro ano, serão 50 aeronaves. Vamos iniciar gradativamente. Vamos começar com cinco unidades e já temos dez que estão sendo customizada. Em dezembro teremos 20 aeronaves e, de dezembro a junho do ano que vem mais 30. Então, serão 50 aeronaves no período. Para 50 aviões na frota, será em torno de 5 bilhões de reais, com 480 voos diários, que é a média atual das companhias hoje. E tenho certeza que seremos bem-sucedidos. A expectativa é muito grande e recebemos diversas dúvidas de quando vamos voar, porque é uma marca consolidada.

É uma empresa que já existe e todo mundo conhece. Está presente. Um dado interessante é que, nas pesquisas de satisfação, uma das perguntas é se a pessoa conhece a Itapemirim e o que acharia como companhia aérea. De 35 a 65 anos, 97% das pessoas tinham conhecimento da marca, mesmo sem ter utilizado um dia sequer um ônibus do grupo. Outra pergunta era o que achava da companhia aérea e tinha mais de 80% de expectativa. Neste caso, resgatamos uma empresa que tem 67 anos de vida e vem para o presente. É uma velha conhecida de todos. Isso que causa satisfação e curiosidade das pessoas”.

Pelo modelo citado, com mais conforto para passageiros, e até mesmo pela proposta da configuração de assentos e da pintura diferenciada, lembra Ocean Air e Avianca Brasil. E nenhuma delas deu certo. Quais são as medidas adotadas para evitar esse mesmo fim da Itapemirim Transportes Aéreos?

“Diferença é que era 100% desconhecida, ganhou mercado porque veio com uma configuração boa e prestando serviço de atendimento qualificado. Mas foi abandonando ao longo do tempo. Também não me aprofundei na política delas [Ocean Air e Avianca Brasil]. Claro que estudamos esses pontos, como outras companhias no mundo que tiveram essa classificação e que acabaram sumindo.

Mas a Itapemirim tem um diferencial que é muito importante, porque, hoje, já transporta quase 3 milhões de pessoas. Ela tem capilaridade, com 19 estados e 2.700 cidades. Então, já está dentro da origem. Isso diferencia, porque tem o mercado já muito consolidado no Brasil e com território rodoviário, que é muito importante para uma companhia aérea.

É a solidificação ter uma estrutura terrestre forte e isso nós temos, com 63 bases em 16 estados. E a base mais distante de um aeroporto fica a 8 km. Temos uma estrutura que é pouco comentada e que dificilmente vai encontrar em uma companhia aérea, que é a base territorial gigantesca em um país gigantesco. Vamos do RS ao AC. Não importa a localidade, temos uma base. Isso fortalece a empresa, porque voar é importante.

E o avião tem que estar sempre voando para atender as expectativas. Mas a base que abala companhias no mundo é a estrutura terrestre e temos esse diferencial. Quando começamos a planejar essa entrada na aviação, veio como um complemento, mais um modal. Isso nos credencia a entrar no mercado como uma grande companhia aérea”.

E vocês pretendem migrar os passageiros que hoje viajam de ônibus aos aviões e vice-versa? Como convencer esses passageiros a mudarem a forma de viajar?

“Estamos integrando nossos sistemas. Lógico que ainda vai começar e está começando em junho deste ano. Mas vai ficar completo até junho do ano que vem. Esse será um dos principais diferenciais das Itapemirim: interligar os modais. Aí, entra em outro processo, porque baixamos o custo para usuário com intermodalidade e o cliente aumenta o número de cidades para viajar com uma única empresa.

No modal Itapemirim, no qual pode comprar passagem aérea com integração e, na soma dos dois trechos, pouco menos aéreo e maior rodoviário, ou vice-versa, isso dá diferenciação de preço e, além do mais encurta, a distância.

De São Paulo (SP) a Belém (PA), são 48h de viagem rodoviária e colocamos uma opção ao cliente de fazer em 6h a 8h. Para isso, vai acrescentar de 100 a 200 reais, no máximo, em relação ao que pagaria. Passa a ficar viável para ele esse conforto. Já temos demanda de 4% da população que, hoje, pode fazer viagem aérea. Vamos buscar um crescimento desse novo público através dessa interligação de modalidades. Queremos trazer clientes de cada ponto com a Itapemirim e dar conforto.

Se uma viagem levaria 48h e chega em 6h, dependendo, vamos distribuir em toda a rede e aí sim entra o diferencial. Conforto não é só sentar na poltrona, mas chegar no destino com menos tempo, seja ele de onde for. Se consegue encurtar a distância pagando menos, o cliente vai sair satisfeito. E, nós, saímos com o conceito de diferencial por entregar o que estão pagando. Por algo justo”

Qual é a fórmula para oferecer um serviço melhor, com mais qualidade, para menos passageiros a cada avião, cobrando menos. Na teoria do cobertor curto, se puxa para cobrir o pescoço, os pés ficam de fora. Qual parte a Itapemirim decidiu deixar descoberta?

“Estamos com cobertor justinho. Mas é isso que falei: como diferencial de modal, já dá tranquilidade de preço. Não quer dizer que não temos ou que estamos saindo do rotulo de low cost ou não. Estamos colocando outro rótulo de que vamos atender bem. Custo é atrelado ao melhor atendimento, mas não é por isso que fica mais caro. É adequar custo sabendo o que tem na mão.

Não sofro com investidor que busca retorno do dia para noite. Tenho tranquilidade de diluir o investimento na empresa. Não temos endividamento anterior. E isso nos deixa mais sólidos para a estratégia. É diferente das companhias do mundo, que, infelizmente, tiveram agravamento das contas na pandemia, o que não é legal. Não quero polemizar, mas é importante falar que temos essa tranquilidade, então podemos praticar preços justos e corretos ganhando mesmo assim, tendo lucro. Mas praticando preço condizente com mercado, dentro de uma competição saudável, sem ter que fazer milagre.

Temos segurança de caixa por não ter endividamento. Hoje, estamos em uma posição confortável, atentos se tiver uma eventualidade ou guerra de tarifas. Temos caixa para disputar com mercado por muito tempo. Não é uma preocupação entrar no mercado e ficar receosa com o que pode vir pela frente. Estamos calçados financeiramente e se ocorrer alguma coisa, temos caixa para suportar.

Não vamos fazer a loucura de achar que devemos ser os únicos do mercado. Acho que concorrência é saudável, importante para nós e para o usuário. Então, não pretendo levantar nenhuma bandeira de guerra e, pelo contrário, quero trabalhar em harmonia que o consumidor merece e precisa ter”.

Com a criação da Itapemirim Transportes Aéreos, haverá alguma mudança na parte rodoviária?

“Vai ter mudança para aviação. O que está acontecendo depois de a chegada do aéreo é a transferência de ânimo por essa integração. Está mudando bastante do rodoviário para aviação, tanto de um pelo outro, porque há troca de conhecimento. No caso da aviação, conta a segurança da aeronave e do voo, que são muito bem auditadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), exigente pela excelência de manutenção. Com o rodoviário, temos enriquecimento e troca de qualidade entre os modais, também da linha de transporte de cargas e encomendas. Nossa experiência na viação é muito maior que no aéreo. Então, acaba tendo integração e melhorias porque há qualificação de ambos os modais”.

Quais são as previsões do Grupo Itapemirim para o setor aéreo durante a pandemia? Terão mais foco nas viagens de turismo ou corporativas?

“Por incrível que pareça, expectativa é enorme. Acredito que qualquer pessoa é aquele sentimento de estar desesperado para viajar. Primeiro por lazer, depois adequando ao dia a dia de trabalho. Mas vejo mercado para julho em diante. Entendo que também a pressão da pandemia gradativamente está diminuindo, com mais vacinação, mas também pelo número de infectados e pessoas que já tomaram vacina, não só no Brasil, mas em todo o mundo.

Começam a soltar expectativa e previsões que estamos acompanhando de julho a dezembro uma explosão de destinos e procura por viagens porque está dentro do ser humano não aguenta ficar trancado muito tempo. E o trabalho, contato diferente com cliente, pode até diminuir, mas vai continuar existindo. Nesse momento, de retomada dos comércios, as pessoas vão viajar. E isso é bom, porque nossa economia começa a criar e aumentar cada vez mais.

Estamos apostando em turismo e na evolução da pandemia. Vamos trabalhar para proporcionar o maior conforto possível. Então, vejo mercado otimista. Não só aéreo. E vejo evolução no segundo semestre, para 2021 a 2022, com retomada de crescimento não só brasil, mas no mundo todo”.

Existe alguma previsão para voos internacionais?

“Estamos bem pé no chão para esse tema. Lógico que uma companhia de grande porte não pode deixar de pensar em viagens internacionais, mas vamos fazer 2021 e 2022 só com voos domésticos. Depois, com sentimento de evolução da pandemia, com tranquilidade, a partir de 2023, começar a trabalhar para voos internacionais.

Os [destinos] que o brasileiro sempre gosta: América do Norte, Estados Unidos. Então, Miami e Nova York são quase inevitáveis. Mas Europa também e pretendemos atender dez cidades por lá, além de várias nos EUA.

Então, em 2023 começa. É um processo diferente, que já está pronto, determinado. Nada da Itapemirim está sendo feito do dia para noite. Estudamos essa opção, que tem política diferenciada para voos e bases fora do país. Então, também queremos levar diferencial para América do Norte e Europa”.

Qual será o posicionamento de mercado e de tarifas em relação ao que já temos atualmente?

“Talvez melhor que as companhias de hoje. Tarifas não têm como sair de tarifa de aeroporto porque são muito próximas umas das outras. Mas, nos pacotes de benefícios que estamos colocando, inclui também essas reduções. Claro que não dá para fazer tudo, mas, com certeza, na pior das hipóteses, é dentro do mercado. Mas com algum atrativo para essas tarifas, que são muito importantes, e estamos trabalhando para ter pontos interessantes em alguns itens.

Existem taxas de aeroportos, mas sempre tem diferencial de marcação e mudança de assento. Sempre terá benefício, conceito da Itapemirim é deixar o benefício para o cliente. Tudo que é possível reduzir dentro da margem estipulada dentro da companhia, com conceito de ganho que seja satisfatório, por um período de retorno. Isso traz benefício para quem consome. Aí entra no detalhe de que uma boa gestão entrega serviço de qualidade. Melhor é que estamos provando nossa boa gestão com o programa de renascimento em menos de quatro anos. Temos equipe focada e consciente. Isso vai dar benefícios e retorno ao cliente.

 Então, é conjunto de vários fatores de economia para fazer essa troca. Por isso, viemos sempre com a proposta de que somos diferentes, não só na cor, desde o programa de milhagem, mas na jornada no avião. Infelizmente, em termos de conforto, a agência nacional de vigilância sanitária (Anvisa) proíbe uma série de serviços. Mas, quando tiver liberação, teremos pacote de novidades que será um diferencial agradável para a viagem.

Eu costumo dizer que é uma companhia de portas abertas. A relação com presidente é como teria com qualquer outro funcionário, sem nenhum distanciamento. Isso traz credibilidade e proximidade”.

Haverá parcerias com grupos ou operadoras de cartões de crédito para programas de milhagem? Haverá algum tipo de fidelidade e até mesmo aposta por marketplaces com retorno das milhas?

“Temos, mas não posso dar todos detalhes, porque ainda será falado em breve. Mas será um diferencial muito significativo. Vamos mudar esse conceito também. Por isso, digo que nunca teve no Brasil ou no mundo [o nosso conceito]. Tivemos especialistas que falaram que voaríamos de cabeça para baixo, mas é criatividade. Nossa equipe aqui tem que pensar diferente. É o que eu faço todos os dias e é o que eu falo aqui dentro sempre.

Esse programa de benefício de cartão, marketplace, milhas… está sendo implantado, mas vem desconstruído e totalmente diferente; é um produto, é esse produto, mas a cada dia terá uma surpresa dentro desse ambiente de movimentar as compras e ter crédito por elas. Temos uma plataforma já desenvolvida e muito bem trabalhada que ainda não foi lançada e deverá chegar em agosto. Mas posso dizer que tem tudo isso. Também é totalmente desconstruída no formato. Não seremos como as companhias aéreas que trabalham com esse sistema. Vamos oferecer diferencial. Não terá uma trava que normalmente esses sistemas colocam.

Vale a pena aguardar, porque traz outros benefícios e rentabilidade para essas finalidades. Não tenha dúvida de que terá opção de estar com Itapemirim e que participante ganhará vantagens com a gente. É muito interessante esse sistema e essa nova edição da receita do bolo caseiro. Vamos fazer diferente. Mas é um diferente que beneficia quem estará com a gente. E também acredito que pode revolucionar esse mercado”.

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