Farmacêuticas de cannabis apostam que 2022 será ‘o’ ano

O ano de 2022 vai marcar um novo momento para os pacientes que usam a substância canabidiol e para a indústria farmacêutica que tem voltado os olhos para esse derivado da cannabis sativa, planta usada também para gerar a droga maconha.

Desde 2015, a Anvisa permite a importação do canabidiol por pacientes – que tem indicações principalmente para o tratamento de dores crônicas e epilepsia.

Já a partir de 2019 a agência começou a autorizar que farmacêuticas processem a substância no país e vendam nas farmácias físicas.

Até dezembro do ano passado, só a paranaense Prati-Donaduzzi detinha esse mercado, apesar de outras empresas terem começado a receber o aval da agência reguladora, como a Nunature, Verdemed e GreenCare

O aval, porém, não significou a chegada rápida às prateleiras. A Nunature recebeu a permissão da Anvisa no primeiro semestre, e só conseguiu começar as vendas em dezembro. A chegada dela no último mês de 2021 marcou o início de um novo momento para o mercado no Brasil, e para os pacientes. Isso porque abriu a concorrência. 

Apesar de a maior parte dos pacientes ainda comprarem canabidiol via importação, agora há duas marcas nas farmácias.

A tendência é que tanto a Verdemed quanto a GreenCare também consigam se colocar neste mercado físico no primeiro semestre.

 “Estamos vendo um crescimento de 30% mês a mês pelos relatórios. É uma constante. Estamos muito animados para o futuro próximo”, conta Bruno Santanna, vice-presidente de Logística da Nunature no Brasil. 

A empresa está em 3.500 pontos de venda, em redes como a Raia Drogasil, Panvel e Pague Menos. Hoje, a Prati Donaduzzi está em 60 mil.

 “A gente percebe que as redes de farmácias estão muito abertas, muito interessadas, por isso a gente tá conseguindo espalhar. Hoje a gente pode dizer que está em todos os estados, em todas as capitais”, reforça Bruno. “A gente não faz nada artesanal. Temos uma planta farmacêutica, como exige a própria Anvisa. Temos um processo de compliance e segurança”.

Até o fim de fevereiro, a meta da empresa é estar em 6 mil pontos de venda. A Nunature distribuiu cerca de 20 mil frascos de canabidiol. A farmacêutica é uma empresa americana, totalmente vertical, e que tem sua própria fazenda de cannabis no estado do Colorado, nos Estados Unidos.

Para Jorge Lara, vice-presidente de operações no Brasil, não dá para dizer que a parte mais difícil do negócio já passou. 

“Ainda tem um preconceito, uma desinformação e existe falta de conhecimento sobre o acesso tanto pelos profissionais de saúde, mas do público em geral. O desafio é conscientização também”, opina.

O canabidiol da Nunature e o da Prati Donaduzzi têm lá as suas diferenças.  No caso da Prati, a aposta foi em um canabidiol em que a molécula é isolada. A farmacêutica também tem investido em pesquisas para torná-la sintética. 

Já a Nunature, assim como pretende fazer a Greencare e a Verdemed, trouxe um canabidiol chamado de full spectrum, que é um extrato da cannabis com diversos outras substâncias da planta, mas que tem pouco tetrahidrocanabinol (THC), a substância psicoativa da cannabis.



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