Fora da política, Chalita lança livro de Whindersson Nunes

Professor, escritor e figura cativa nas rodas políticas de São Paulo. Gabriel Chalita é definitivamente o tipo de personalidade com mais de uma vocação. Neste ano, em vez de escrever, ele apostou de um jeito diferente nos livros. 

A editora Serena foi fundada em abril deste ano por Chalita e os amigos Kaká Diniz, Marco Antonio e Karina Franchini. Nesta terça-feira, 7, a empresa lança a grande aposta na bienal do livro do Rio de Janeiro: um livro sobre a vida do youtuber Whindersson Nunes, baseado em conversas dele com Chalita.

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A confiança de que o sucesso virá é tão grande que a editora vai imprimir 100 mil livros. O livro aborda pontos da vida de Whindersson como o interior do Nordeste, a igreja, o filho que perdeu.

Whindersson é o maior youtuber do Brasil, com 55 milhões de inscritos no canal. O livro foi batizado de “Vivendo como um guerreiro”, tradução da living like a warrior, frase que o artista tem tatuada sob os olhos. 

“O livro é lapidado por emoções. Da tristeza de perder um filho que acabou de nascer aos calvários para conseguir gostar de si mesmo e construir a sua história”, diz Chalita, que já escreveu mais de 70 livros.

Antes de fundar a editora Serena com os sócios e amigos, Chalita foi deputado federal e secretário municipal de educação de São Paulo. 

Nos meandros políticos da cidade, ele é conhecido por circular bem tanto à esquerda quanto à direita. Gabriel Chalita foi filiado ao PSDB, é amigo de Geraldo Alckmin e ocupou a pasta municipal de educação na gestão do petista Fernando Haddad.

Antes da política, cumpriu a jornada tradicional de um acadêmico, com mestrado e doutorado em filosofia. Na Serena, ele ocupa o papel de curador. 

A editora tem um modelo de negócio de apostar na diversificação e em títulos que tenham apelo com um público que não é tradicionalmente leitor.

Com isso, a ambição de Chalita e dos sócios é ajudar a expandir o interesse pela leitura pelo país. Os valores dos livros, mais populares, também ajudam nessa estratégia. O livro de Whindersson, por exemplo, custa 34,90 reais.

Marcelo Barros, nomeado CEO do grupo editorial, explica que a diversificação é um movimento comum quando editoras são criadas. Depois, há uma especialização para que o público reconheça um estilo de livros que serão publicados.

“Nossa missão é semear livros por todo o Brasil, fomentando o hábito em pessoas que não leem, com uma grande amplitude e envergadura de catálogo. A nossa ideia não é trabalhar com determinado nicho”, diz.

Dados do setor editorial do primeiro semestre deste ano mostram um crescimento na compra de livros. Entre janeiro e junho de 2021, os brasileiros compraram 28 milhões de livros, 48,5% a mais que no mesmo período de 2020, início e pior momento da pandemia. O lucro das editoras foi 1,1 bilhão de reais.

Desde abril, a editora lançou poucos livros, apenas seis. Entre eles estão Veridianas, de Carlos Nejar, Viver é Verbo, do próprio Chalita, e uma edição do Alienista, de Machado de Assis. Agora foi lançado o livro de Whindersson. Os outros dois são infantis.

A estratégia da Serena não se apoia só nos títulos populares e diversos. A empresa lançou também um clube de livros, batizado de Voa, em que títulos de outras editoras também vão ser oferecidos. Outra vertente de negócio é oferecer pacotes de vendas a associações de funcionários de empresas e clubes corporativos.

“O nosso grande diferencial é oferecer esses serviços de forma estruturada. Você tem bons clubes, editoras com bons catálogos, mas vamos fazer de forma combinada”, diz Barros.

Em 2022, a Serena deve lançar uma edição especial de A Revolução dos Bichos, do escritor George Orwell. 

A vertente de filosofia é uma das apostas de estilo da editora. No próximo ano, vão ser lançados também livros do filósofo Sêneca. Para Chalita, que tem mestrado e doutorado na disciplina, vale a pena investir no tema:

“A filosofia vem ganhando mais e mais leitores. Há o leitor especializado, que conhece a História da Filosofia, e que busca títulos para a ampliação de seu repertório. E há o leitor que quer a filosofia para viver melhor. O que queremos é que mais gente leia. Que goste do livro e das possibilidades que ele traz, para o intelecto e para os afetos”.



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